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Brasil destina US$ 1 bilhão para fundo internacional de florestas tropicais

Recurso será usado em ações de preservação e recuperação ambiental

Quarta-feira, 24 Setembro de 2025 - 14:31 | Redação


Brasil destina US$ 1 bilhão para fundo internacional de florestas tropicais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (23), em Nova York (Estados Unidos), o investimento de US$ 1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês The Tropical Forest Forever Facility). O anúncio ocorreu durante evento promovido pelo Brasil em parceria com o secretariado das Nações Unidas. (Foto:Canal Gov|Reprodução) .

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (23), em Nova York (Estados Unidos), o investimento de US$ 1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês The Tropical Forest Forever Facility). O anúncio ocorreu durante evento promovido pelo Brasil em parceria com o secretariado das Nações Unidas.

"O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com investimento no fundo de US$ 1 bilhão", afirmou Lula. Ele convidou os demais países a apresentarem "contribuições igualmente ambiciosas" para que o TFFF seja efetivado na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém.

Antes de revelar o valor do aporte, o presidente ressaltou a relevância da iniciativa para o mundo, especialmente para o Sul Global.

"O TFFF vai mudar o papel dos países de florestas tropicais no enfrentamento da mudança do clima por meio de incentivos econômicos reais", disse. Segundo Lula, o fundo foi elaborado com apoio do Banco Mundial e consultas à sociedade civil, povos indígenas e comunidades locais.

"O TFFF é um mecanismo para preservar a própria vida na Terra. As florestas tropicais prestam serviços ecossistêmicos essenciais para regulação do clima. Abrigam as maiores reservas de água doce do mundo, protegem o solo, armazenam oxigênio e absorvem gás carbônico", destacou o presidente.

De acordo com Lula, os aportes poderão ser feitos por diferentes países e formarão um fundo misto. Os dividendos serão distribuídos anualmente entre investidores e nações que preservarem suas florestas.

Como vai funcionar

O lançamento oficial está previsto para a COP30, em Belém. Até lá, a meta é reunir US$ 25 bilhões em capital júnior de países, o que deve atrair investimentos privados e multiplicar o valor para até US$ 125 bilhões.

Karen Oliveira, diretora de políticas públicas da The Nature Conservancy Brazil, explicou que a remuneração média poderá ser feita por hectare preservado. “Além do Brasil e demais países da floresta amazônica, estamos falando de nações da África, como Gabão e Congo. A partir daí, se espera que possa haver uma remuneração média por hectare de floresta preservada ao ano”, afirmou.

Na avaliação de Gustavo Souza, diretor de políticas públicas da Conservação Internacional (CI-Brasil), o TFFF poderá triplicar os recursos destinados à Amazônia. “A gente tem um gap de financiamento na Amazônia de US$ 7 bilhões ao ano. Nos últimos 10 anos, conseguimos captar apenas 10% disso, cerca de US$ 600 milhões anuais. É muito pouco”, disse.

Segundo ele, o fundo amplia a capacidade de países com florestas tropicais preservarem e manejarem seus territórios no longo prazo, reduzindo pressões de modelos de exploração predatória.

Apoio internacional

Idealizado pelo governo brasileiro e lançado em 2023, o TFFF foi anunciado por Lula durante a COP28, em Dubai. Já conta com apoio de cinco países de florestas tropicais (Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia) e de potenciais financiadores como Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França, Noruega e Reino Unido.

Com o aporte inicial do Brasil, cresce a expectativa de adesão de outros parceiros. “É notícia de que a China, a Noruega, o Reino Unido, os Emirados Árabes, entre outros países, também estão comprometidos em fazer aportes iniciais para que o fundo possa realmente ser anunciado durante a COP30 e iniciar a sua implementação”, reforçou Karen Oliveira.

 

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