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Bônus garante até 187 dias de suplementação e impulsiona pecuária no Pantanal

Com 96,5% de animais em conformidade, Programa injeta R$ 67 milhões na pecuária pantaneira e reforça o papel do produtor na conservação do bioma

Quinta-feira, 16 Outubro de 2025 - 13:50 | Welyson Lucas


Bônus garante até 187 dias de suplementação e impulsiona pecuária no Pantanal
(Foto: Agro Agência)

O programa beneficia produtores com bônus de até 2,5% por arroba, o que representa R$ 7,50 para cada arroba abatida, equivalente a R$ 150 por animal de 20 arrobas, valor suficiente para custear 187 dias de suplementação mineral adensada. Os resultados foram apresentados pela Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), durante a 27ª Feapan, em Corumbá, e impressionam. O benefício faz parte do Programa Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal, que tem transformado a realidade da pecuária na região.

Desde 2019, o programa contabiliza 606.385 animais abatidos, com 96,5% em conformidade, são 584.962 animais incentivados. Nesse período, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc, já repassou R$ 67,2 milhões em incentivos aos pecuaristas pantaneiros.

Atualmente, o programa reúne 144 propriedades rurais cadastradas, 98 profissionais habilitados (entre veterinários, zootecnistas e agrônomos) e 14 frigoríficos certificados. Somente em 2024, foram 183 mil animais abatidos dentro dos critérios de sustentabilidade e rastreabilidade, com acompanhamento de 91 técnicos credenciados.

Bônus garante até 187 dias de suplementação e impulsiona pecuária no Pantanal
(Foto: Agro Agência)

O incentivo médio pago é de R$ 139,68 por animal na modalidade orgânica e R$ 115,05 na sustentável, valores que reforçam a importância econômica e cultural do programa. Para Guilherme de Oliveira, diretor-executivo da ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), o Proape é prova de que sustentabilidade e rentabilidade podem caminhar juntas.

“Eventos como a Feapan são essenciais para fortalecer o diálogo entre produtores, entidades e governo. Juntos, mostramos que o Pantanal produz valor, não apenas carne. A pecuária pantaneira pode ser sustentável e rentável, e nosso desafio é ampliar a adesão para comprovar ao mundo que o bioma produz carne de qualidade com responsabilidade ambiental e social”, destacou.

Os indicadores ambientais confirmam o impacto positivo. Hoje, 45% dos abates do Pantanal já são incentivados, e 82,8% da vegetação nativa permanece preservada. O bioma conta com 3.292 cadastros no CAR, sendo 95% de propriedades privadas, evidenciando o papel do produtor na conservação e na manutenção da cultura local.

Bônus garante até 187 dias de suplementação e impulsiona pecuária no Pantanal
(Foto: Agro Agência)

Para Márcio Silva, representante da Semadesc, o programa representa uma política pública inovadora e de reconhecimento ao trabalho do pecuarista. “Devolvemos parte do ICMS recolhido pelos frigoríficos ao produtor que preserva e mantém sua atividade de forma sustentável. É um reconhecimento simbólico, mas de grande importância, pois ajuda a conservar uma história de mais de 300 anos do Pantanal”, afirmou.

Com resultados sólidos e crescente interesse do mercado internacional por produtos sustentáveis, o Programa Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal se consolida como modelo de integração entre produção, conservação e valorização do produtor, provando que é possível gerar renda, preservar o bioma e manter viva a tradição pantaneira

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