Se eleito, Beto Figueiró promete acabar com "mamata dos transportes"

Primeiro entrevistado na segunda rodada de entrevistas da Rede MS com os candidatos a prefeito de Campo Grande (MS), o advogado e empresário Beto Figueiró, do partido Novo, não economiza palavras de impacto ao falar dos principais problemas da Capital. Se eleito, ele pretende, por exemplo, acabar com a "mamata no transporte público".

"Eu vejo um ‘apequenamento’ diante desse consórcio (Guaicurus que congrega as empresas de ônibus). Eles chegam chutando a porta na prefeitura, dizem quanto querem receber. Quando for eu (o prefeito)  essa mamata acaba. Vamos ter um contrato certo com relação ao transporte público", anunciou na noite desta terça-feira, 10 de Setembro, quando falou ao veículos TVMS Record (canal 11.1) e Diário Digital. Pela manhã, ele já havia concedido entrevista à Rádio FM Cidade 97.

Beto tem 56 anos e atua no setor mobiliário. Nunca ocupou cargos públicos, mas não é estreante na política. Ele já concorreu ao Senado nas eleições de 2018 e a vice-governador na chapa encabeçada por Renan Contar que em 2022 chegou ao segundo turno contra Eduardo Riedel e Barbosinha, vencedores naquele ano.

O candidato afirma que é o único nome realmente de direita nestas eleições municipais na Capital. E ele não pretende conquistar votos fazendo um discurso comum aos políticos. Beto se define como um contraponto, sem medo de embate de ideias. A chapa tem a médica Cynthia Duailibi, também do partido Novo, como candidata a vice-prefeita.

Ele se mostra orgulhoso da possibilidade de apresentar algo diferenciado da política tradicional. “Nós do Novo não temos ninguém que tenha trabalhando para o Poder Público. Queremos levar a seriedade da iniciativa privada para a vida pública”, planeja.

Causa maior - Sua causa maior na política, segundo ele, é a educação das crianças. Ele defende o ensino integral universalizado com toda atenção necessária aos pequeninos, tais como alimentação adequada em nutrientes para o melhor desenvolvimento dos estudantes.

Para ele, somente com uma boa formação das crianças é que a Capital conseguirá, por exemplo, ter a mão de obra qualificada que novos tempos requerem. “Hoje estamos vivendo um processo de emburrecimento. A alimentação é precária. Os jovens estão condenados ao subemprego porque não conseguem se qualificar. A capacidade de aprendizagem é limitada. Precisamos agir lá na base para mudar esse quadro”, acredita. 

Na área da saúde pública, Beto planeja exigir do governo estadual uma contrapartida maior para o setor na Capital. "Matematicamente, Campo Grande tem 900 mil habitantes, mas é responsabilizado pelo saúde de mais de 1,6 milhão. É o pessoal que vem de outros municípios e até de países da fronteira. (...) A situação é essa porque os prefeitos da Capital estiveram acovardados", opina.

Ainda sobre a área da saúde, Beto Figueiró diverge de outros candidatos à prefeitura no que diz respeito à construção de um hospital municipal na Capital, hoje em fase de implantação pela atual prefeita Adriane Lopes (PP).

"Se eu for prefeito, podemos até ter um hospital municipal, mas isso não será a prioridade. Eu prefiro trabalhar para ampliar os leitos e atendimentos na rede que já existe", disse ao responder questionamento do Diário Digital.

Na área de transporte, o candidato também diverge dos discursos sobre a Rota Bioceânica (cujo trajeto que passará por Campo Grande tem gerado euforia com possibilidade de aquecimento econômico). Porém, Beto considera um mau investimento.

"Isso é o maior engodo que está sendo vendido. Uma estupidez na verdade. Está se gastando muito dinheiro público para construção de 130 km a mais de estrada. Niguém nunca menciona que os portos no Chile nem tem capacidade de armazenamento de carga. Esse dinheiro poderia estar sendo usado na saúde para amenizar as dores da população", destaca.

Rodada de entrevistas - A segunda de rodada de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Campo Grande começou nesta terça-feira, dia 10. Até 20 de Setembro, em datas definidas por sorteio, os candidatos serão sabatinados por três veículos de comunicação da Rede MS: Rádio FM Cidade 97, TVMS Record e Diário Digital.

O calendário de entrevistas estabelecido em sorteio é o seguinte:

10 de Setembro de 2024 - Beto Figueiró (Novo)

11 de Setembro de 2024 - Rose Modesto (União)

12 de Setembro de 2024 - Ubirajara Martins (DC)

13 de Setembro de 2024 - Camila Jara (PT)

18 de Setembro de 2024 -  Luso Queiroz (PSOL)

19 de Setembro de 2024 - Adriane Lopes (PP)

20 de Setembro de 2024 - Beto Pereira (PSDB)

Na data sorteada, o candidato participará de duas entrevistas ao vivo, sendo a primeira às  7h30, ao programa Noticidade 1ª Edição, da Rádio FM Cidade 97, apresentado pelo jornalista Rodrigo Nascimento, o Rodrigão. A segunda começa às 18h10 no programa de televisão Cidade Alerta MS, da TVMS Record (canal 11.1), também apresentado pelo jornalista Rodrigo Nascimento. Ambas terão a cobertura do Diário Digital.

O candidato será entrevistado durante 15 minutos, tanto no rádio quanto na televisão. O tempo será cronometrado pelos profissionais da Rede MS. Ao final deste tempo, o candidato terá ainda 1 minuto e 30 segundos -- tanto no rádio quanto na televisão -- para suas considerações finais, e caso queira, pedir voto e divulgar o número.

As perguntas serão livremente elaboradas pelos profissionais do grupo de comunicação. Os questionamentos poderão ser relacionados as composições políticas, planos de gestão pública, saúde, educação, transporte e outros temas que o jornalismo da Rede MS julgar relevantes.

Durante as entrevistas, não serão permitidos ataques aos adversários ou uso de palavras de baixo calão. É vedada a apresentação de documentos, imagens em dispositivos eletrônicos, ou quaisquer papéis durante as falas. Também não é permitida a incitação a atos de violência ou desordem social. A Rede MS autoriza seus comunicadores a interromperem as entrevistas e encerrarem em caso de descumprimento das regras.