Feminicida era casado há cinco meses e tem histórico de violência

Após feminicídio contra a esposa, Erivelte Barbosa Lima de Souza, de 48 anos, ocorrido na madrugada de sexta (10), na Fazenda Marival, localizada a cerca de 45 quilômetros de Paranaíba, o autor Adenilton José da Silva Santos, de 30 anos, será investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) e pela Primeira Delegacia de Polícia da cidade.

O casal, conforme apurado, convivia há cerca de cinco meses e, de acordo com familiares e testemunhas, a relação amorosa com sinais de ciúmes excessivos, agressões físicas e ameaças, apesar de não haver registros formais prévios.

Mesmo sendo socorrida na Santa Casa de Paranaíba, a vítima não resistiu aos ferimentos e veio à óbito. O investigado, que acompanhou o socorro até o hospital, aguardava na recepção, quando a Polícia Militar foi acionada após ser informada pela equipe médica de que o companheiro seria o autor das agressões. Ele foi detido no local.

De imediato, a Polícia Civil foi comunicada e realizou a autuação em flagrante, com o trabalho conjunto dos delegados titulares da DAM e da 1ª DP, com o apoio das equipes de investigação e perícia técnica. O inquérito policial conta com o auxílio da coleta de provas, relatos das testemunhas, levantamento fotográfico e a apreensão de objetos.

As apurações iniciais indicaram que o suspeito possuía registro anterior de violência doméstica em Ji-Paraná, no estado de Rondônia, evidenciando o padrão de comportamento violento e repetitivo no contexto de gênero.

A Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) segue a frente das investigações, por se tratar de um crime em contexto de violência de gênero, em observância das diretrizes do Procedimento Operacional Padrão (POP) - Feminicídio, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP/MS), que estabelece parâmetros técnicos e humanizados para a apuração deste crime.

De acordo com dados divulgados pela Procuradoria demonstram que, somente em Campo Grande, foram registradas 6.946 ocorrências de violência doméstica em 2024, e até setembro deste ano, são 5.688 vítimas, uma média de 24 denúncias por dia. No mesmo período, 381 casos de estupro foram registrados, sendo 330 contra crianças e adolescentes.

A Polícia Civil reforça que o feminicídio representa a forma mais extrema da violência contra a mulher, e que denunciar comportamentos agressivos, ameaças e controle excessivo pode salvar vidas. Para buscar ajuda, as vítimas podem ligar para a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), acionar a Polícia Militar (190) ou buscar apoio na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher.