"Prometi para meu filho que vou fazer justiça"

Amado, carinhoso, divertido, responsável, educado. Esses são alguns dos adjetivos  que o pai do  jovem Matheus Oliveira Santos, de 24 anos, usa para definir o filho. O rapaz foi  morto na madrugada do último domingo (15) na avenida Três Barras, após o carro que conduzia ter sido atingido por Raphael  Antunes de Carvalho, de 37 anos,  condutor de caminhonete Ford Ranger. Na hora do acidente, ele se recusou a fazer o teste de alcoolemia. 

José dos Santos ressalta o sentimento de revolta. “O acidente aconteceu na madrugada eu só fiquei sabendo que meu filho faleceu às 9 horas da manhã por um amigo. Quando cheguei no hospital vieram três advogados do homem que matou meu filho. Não quis falar com nenhum deles, eu apenas queria meu filho vivo”, relembra.

O suspeito  de matar Matheus foi liberado pela juíza Luciane Buriasco Isquerdo. Segundo a magistrada a liberdade provisória foi concedida sem pagamento de fiança porque o suspeito não tem antecedentes criminais e nem condições de pagar pela fiança. Para a juíza a morte neste acidente de trânsito  foi tratada como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Matheus deixou um filho de apenas quatro anos. “ Meu neto vai crescer sem pai, por irresponsabilidade de um bêbado, ele poderia ter matado todos que estavam dentro do carro, meu netinho disse no caixão que soltaria pipa até chegar no céu, isso corta o coração de qualquer pai”, lamenta.

Consciente de que nada vai trazer o Matheus de volta, o pai garante que vai lutar por justiça, promessa feita no  caixão do filho.  "Espero que esse homem veja o que fez com minha família, tenha consciência que nunca mais dirija embriagado. Alguém tem que parar esse mostro, quantas vida ele ainda vai tirar”, questiona o pai, entre lágrimas.

José conta que tinha uma ligação enorme com o filho e eles se encontravam todos os dias. Matheus saía do Bairro Cristo Redentor até Mata do Jacinto para visitar o pai e nos os finais de semana viajavam juntos para a chácara da família.

Em meio a dor o pai tenta recomeçar a vida. Afirma que  não vai ser  fácil voltar a trabalhar, mas se conforta no família e amigos nesse momento de dor.

A reportagem do Diário Digital teve acesso ao boletim de ocorrência. No B.O.  há dois depoimentos de motoristas de aplicativo que passavam pelo local na hora do acidente. Eles  relataram que o motorista da Ford Ranger estava dirigindo com sinais de embriaguez, na  contramão e fazendo zigue-zague pela via.

O caso será apurado pela 4ª Delegacia de Polícia Civil. Para a família, sobra a dor e a revolta."Enquanto eu choro, o assassino do meu filho está se divertido por aí", lamenta o pai do jovem morto.