Geral
De onde vem o dinheiro?
Peça responde a pergunta de maneira lúdica para as crianças
Quarta-feira, 01 Novembro de 2023 - 17:32 | Taís Wölfert
O Espetáculo “De Onde Vem o Dinheiro?" que se apresentou em São Paulo fez duas apresentações hoje, dia 01, em Campo Grande (MS) na escola escola municipal Arlene Marques, no bairro Jardim Canguru. A peça apresenta uma história de duas crianças que são amigas, mas quando Antônio muda de estado, Tininha quer ir visita-lo no local. Assim, ela aprende de maneira lúdica sobre dinheiro.
A atriz Rebeca Oliveira, que interpreta Tininha, contou para o Diário Digital qual ela acha ser a importância da peça. "A importância é a gente falar para as crianças sobre um assunto importante. Falar sobre educação financeira e a importância do dinheiro dentro da sociedade que a gente vive, mas quebrando um tabu. Porque a gente fica pensando ‘ah vamos conversar com as crianças sobre dinheiro que é uma coisa tão adulta’, então pegar e falar sobre esse tema é o nosso principal objetivo, mas de uma maneira lúdica para que as crianças consigam entender, consigam absorver, porque as crianças aprendem assim".
"Uma das coisas que é muito legal nesse espetáculo e que se conecta com as crianças é que elas vivem o momento aqui e agora, não tem muito esse espaço tempo igual os adultos vivem, de ano q vem, dois anos, daqui cinco anos. Elas vivem o hoje, o máximo delas é amanhã ou dois dias. Então a gente está falando sobre uma educação financeira, mas colocando como objetivo central o momento" complementou Rebeca.
Já Iris Yazbec que vive a mãe de Tininha contou sobre sua experiência do ponto de vista materno. "Em um primeiro momento eu até questionei, porque falar sobre dinheiro com crianças, será que esse é um tema pra gente abordar com crianças? Eu me preocupo com isso porque eu tenho filhos. Tenho dois enteados adolescentes e tenho três meninas pequenas. Então eu só faria algo que eu poderia dizer pros meus filhos, não passaria para outras crianças algo que eu não acredito. Eu como mãe dessas idades diferentes eu percebo que a gente precisa sim falar sobre dinheiro com as crianças no tanto que ela pode compreender. Cada idade tem uma compreensão".
Lucas Padovan vive Antônio na peça. O ator falou sobre a importância da própria cultura e como ela se relaciona com a educação. "Eu me sinto bem fazendo teatro, porque eu acho que teatro é cultura. E cultura e educação andam juntas, uma é importante para a outra, elas se complementam. Com o teatro eu consigo falar das coisas que eu quero, das coisas que eu acredito e talvez eu consiga passar visões que eu acho que complementam e ajudam o mundo a se desenvolver e se autocriticar. A arte tá ai pra isso, é um espelho do mundo pra gente olhar e falar: é assim que acontece. O que queremos mudar? E essa peça em especifico é pra gente trazer um pouco dessa consciência para as crianças sobre como o dinheiro ele faz parte da nossa vida".
Mas e quanto aos alunos, será que sabem responder de onde vem o dinheiro e para o que ele é usado? Thallyson Gabriel, de 11 anos, falou que o dinheiro vem do banco, e que é produzido na máquina que fica em Brasília. Caio Freitas, de 11 anos, também deu uma opinião. "Ele é meio que empregado e distribuído pelo banco, mas ele passa por um processo mais complexo.
Alguns alunos mais novos que estavam vidrados na peça também conversaram com o Diário Digital. A pequena Sofia Ribeiro, de seis anos, contou para que se usa o dinheiro. "Pra gente comprar as coisas que a gente precisa, tipo comida, brinquedos, roupas, e uns slimes, massinha". Miguel Siqueira, de sete anos, contou de onde acha que vem o dinheiro, "do banco, eu acho que eles fabricam com as folhas, e daí vai produzir dinheiro". E Eloah Cabreira, de oito anos, afirmou que o dinheiro vem da fábrica, "vem da fábrica, a gente usa o dinheiro pra comprar comida, roupa, suco e brinquedo".
O diretor Anderson Soares falou até sobre sua própria experiência com a pergunta título da peça. "Essa pergunta de onde vem o dinheiro é uma pergunta eterna, eu sempre perguntava para minha mãe e até teve uma vez que meu irmão plantou uma moeda achando que ia crescer. Então é um tema que vai desde a educação infantil até os anos finais.
E será que as crianças depois de verem a peça realmente conseguem compreender e responder a pergunta? Rebeca contou uma experiência sobre isso. "Um menino depois de assistir veio cumprimentar e falou 'eu amei o espetáculo, eu amei, você sabia que eu tô economizando porque eu quero visitar minha prima que mora em outra cidade'", mais ou menos como a história da peça e ele ainda disse que já tinha conversado com a mãe dele e que ia dar tudo certo.
A produtora executiva, Aline Gabetto, deu uma visão de quem está mais por trás do espetáculo que começou os ensaios em agosto e teve estreia final de setembro. "Eu vejo além do que tá sendo apresentado, porque eu sou responsável por acompanhar toda essa pré-produção até quando chega nas cidades, no teatro e ver o brilhinho no olho das crianças, as vezes podendo assistir uma apresentação teatral pela primeira vez isso é muito legal, muito gratificante.
A fala de Aline desperta a reflexão também sobre a questão da desigualdade, um tema que Iris abordou. "A gente vive num mundo em que o dinheiro as vezes fala mais alto e isso as vezes é triste porque a gente vive num país com muita desigualdade, então como trabalhar com isso de forma que chegue para todos? Porque todos precisam de acesso. Como falar sobre o dinheiro, mas mostrar que não é a coisa mais importante do mundo. A gente precisa ter uma preocupação com a arte, com a cultura, caminhar junto para que mais crianças possam ter acesso, para poder refletir e tomar suas próprias decisões".
Esmeraldo Pereira, diretor adjunto da escola, também comentou sobre o tema que envolve a realidade da região. "Primeiro ponto sobre a importância da peça é que nossa região aqui não tem nenhuma parte cultural, é muito difícil de um aluno da periferia aqui ter um espetáculo, um teatro, um circo. Segundo ponto ele traz algumas informações que eu acho que deveriam entrar no currículo de forma integral já na educação básica e o terceiro ponto é a diversão, de estar ali, rindo, interagindo pq eles não fazem isso com a constância que deveria ter".
O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura, com patrocínio pelo Nubank, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e contou com um interprete de libras. A direção é de Pedro Garrafa e a produção é da WB Produções, comandada por Bruna Dornellas e Wesley Telles, responsável por grandes espetáculos como Misery, de Stephen King, com Mel Lisboa e Marcello Airoldi; e Três Mulheres Altas, de Edward Albee, com Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill.
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