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"Armadilha" é nova arma contra o Aedes
Quarta-feira, 24 Abril de 2019 - 11:40 | Redação
Foram instaladas 400 “armadilhas” para coletar os ovos de mosquitos Aedes aegypti, hoje em Campo Grande. Pela primeira vez na capital, o método Wolbachia está sendo utilizado, o processo consiste na liberação de mosquitos que possuem no organismo uma bactéria que dificulta a proliferação dos vírus transmissores da dengue e outras doenças. As equipes saíram às 8h da manhã da Coordenadoria Municipal de Controle de Vetores e foram até o Bairro Aero Itália, nas residências do local para instalarem algumas “armadilhas”. A tecnologia e a ação estão ocorrendo em Mato Grosso do Sul pelas parcerias entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a capital.
Osmira Vieira, moradora do Bairro Aero Itália a 29 anos, autorizou a instalação da “armadilha” na residência e comentou que espera que o projeto diminua as ocorrências de dengue, porque houve muitos casos do vírus entre os vizinhos. Na primeira fase, iniciada nesta semana, as 400 “armadilhas” foram distribuídas para a coleta de ovos do Aedes aegypti. Na fase seguinte, os ovos serão encaminhados para o laboratório da Fiocruz no Rio de Janeiro, onde irão receber a bactéria Wolbachia e em seguida retornam em cápsulas para Campo Grande (MS), onde serão colocadas em recipientes artificiais para eclosão. A liberação na natureza está prevista para ocorrer até final deste ano ou início do próximo.
A capital sul-mato-grossense foi escolhida pelo Ministério da Saúde como uma das três cidades que irão participar da etapa final do método Wolbachia, antes de ser inserido ao Sistema Único de Saúde (SUS) num prazo de três anos. De acordo com informações do coordenador estadual de Vetores, Mauro Lúcio Rosário, Campo Grande foi uma das escolhidas, porque está localizada em uma região muito endêmica de dengue e outras doenças. Além de Campo Grande, foram selecionadas também Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE) para participar do projeto “piloto”.
Em contexto mundial o programa, denominado World Mosquito Program (WMP), está sendo testado desde 2011 em países como Austrália, Índia e Colômbia. No Brasil, as pesquisas iniciaram em 2012, dois anos depois ocorreu uma liberação de mosquito Aedes aegypti com Wolbachia em duas áreas piloto, Tubiacanga, no Rio de Janeiro e em Niterói, onde em 2017 houve a primeira liberação em grande escala.
Segundo o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende o método Wolbachia será a forma mais eficaz de vencer a dengue, mas não significa que devemos abandonar os métodos tradicionais de combate ao mosquito, porque a nova tecnologia ainda precisa de tempo para se consolidar. Além disso, ele também falou que cada instituição assumiu o compromisso de viabilizar uma parte logística em relação à aplicação do método. O Estado irá oferecer o laboratório de entomologia, administrado pela Coordenadoria de Vetores da Secretária de Estado de Saúde (SES), além de dois entomólogos e dois técnicos que irão atuar no processamento das armadilhas para a captura dos ovos.
De acordo com o coordenador estadual de Vetores, Mauro Lúcio Rosário, as pessoas serão informadas de que o mosquito Aedes aegypti com a bactéria não causa nenhum mal para o ser humano. Inclusive, salientou que o método é seguro para as pessoas e para o ambiente, visto que a Wolbachia vive apenas dentro das células dos insetos.
Ele ainda informou que o mosquito que possui a bactéria Wolbachia, ao se reproduzir com outros mosquitos de campo, gera o Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável, sem utilizar qualquer tipo de modificação genética. De acordo com informações, as fêmeas do Aedes aegypti com a bactéria transmitem naturalmente a Wolbachia para os filhotes. No caso da fêmea não ter a bactéria e for fecundada por um macho que tenha, se torna estéril e os ovos não geram novos mosquitos.
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