Polícia
Viúva de Leo Veras denúncia insegurança e clama por Justiça
Assassinato do jornalista segue impune e esposa da vítima segue buscando penalizar envolvidos
Sexta-feira, 08 Agosto de 2025 - 13:00 | Issel Chaia

O assassinato brutal do jornalista Lourenço Veras, conhecido como Leo Veras, segue impune após mais de cinco anos sem punição aos envolvidos. O caso escancara a violência sofrida pelos profissionais da imprensa em áreas de conflito, como o caso da fronteira do Brasil com o Paraguai, onde ocorreu o crime.
A esposa de Veras, Cintia González, aponta que a situação atual do caso segue marcada pela impunidade e silêncio, com o Estado ausente e sem a proteção à família.
Por exercer seu papel como jornalista, Veras era constantemente vítima de ameaças e, em entrevista, em Janeiro de 2020, para o "Domingo Espetacular", da Record TV, relatou que: "Foi via mensagem de texto, dizendo que estava a caminho, que alguém ia sofrer um atentado e que era pra fechar a boca", contou.

Leo Veras também falou durante o projeto da Abraji, com apoio da Open Society Foundations, o Programa Tim Lopes, em 2017, que ele e sua esposa não participavam de eventos públicos por medo da violência: "Peço sempre que a minha morte não seja tão violenta, com tantos tiros de fuzil".
Na noite de quarta-feira, dia 12 de Fevereiro de 2020, o casal e o filho, na época com 11 anos, estavam na mesa de jantar quando entraram na residência e atiraram 12 vezes, com pistola Glock de 9mm, contra o jornalista, na frente de seus familiares, em Pedro Juan Caballero (PY), na fronteira com Ponta Porã. O assassinato tem características de execução devido às denúncias realizadas pelo jornalista de crimes relacionados a facções e disputas em região de fronteira.
Como testemunha presencial, Cintia não havia sido chamada para relatar o que testemunhou depois do crime. Apenas depois de um ano e três meses do ocorrido, realizou a primeira declaração à Promotoria. A demora para convocação da testemunha é um dos pontos que são questionáveis para o andamento das investigações.
Conforme relato da viúva de Leo Veras, Cintia González, um jornalista que trabalhava junto da vítima, e que hoje é deputado em Amambay, entrou em contato com ela dias após o assassinato dizendo que precisava conversar, por telefone.
O homem, em ligação, afirmou que o vizinho do casal quem era o autor da execução, e não o principal suspeito da morte de Leo, Waldemar Rivas Días, vulgo "Cachorrão", na intenção de defender o suposto autor do crime. Cintia foi até a casa do amigo próximo de Veras, que lhe mostrou um vídeo apontando que supostamente era a prova para inocentar o "Cachorrão". Ele tentou convencer Cintia a entregar o pen drive contendo o vídeo para a Promotoria para ajudar o suspeito a se livrar da acusação, afirmando que não era ele o autor da morte de Leo, dando a entender que sabia de quem era a autoria, sem dizer à viúva.
Com a promessa de obter segurança e dinheiro, o jornalista afirmou que era só entregar o item às autoridades, o que foi negado por Cintia, pelo perigo iminente.
No dia 15 de Maio de 2020, após a prisão de "Cachorrão", o então radialista entrou novamente em contato com González, afirmando que iriam atrás dela afim de convencê-la a entregar o pen drive e falar que não foi o suspeito.

Cintia relembra que, em de suas declarações perante a Justiça, na noite do assassinato, não viu o suposto assassino, e sim dois homens com características distintas do suspeito apontado.
Na noite do crime, os policiais que eram responsáveis pela confecção da ocorrência quem apontou a autoria do crime seria "Cachorrão". Em segundo relatório policial, apontou o suposto autor como motorista do veículo usado na execução. Cintia afirma que não visualizou a presença do acusado em sua residência, e pontua como sendo uma das falhas do processo.
Cintia afirma que não irá se calar diante das difamações, manipulações políticas e tentativas de silenciamento. Ainda, está reunindo provas, testemunhos e documentos para seguir denunciando o caso, tanto nacional quanto internacionalmente, para continuar lutando pela memória de Leo Veras e por dignidade. Recentemente, Cintia González solicitou apoio da Comissão de Direitos Humanos do Paraguai por meio de um documento e, se não conseguir acompanhamento devido irá buscar ajuda internacional.
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