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MPMS e autoridades unem forças contra agressões a trabalhadores da saúde
Seminário na Alems reuniu autoridades para buscar soluções e fortalecer proteção a trabalhadores da saúde
Sexta-feira, 04 Julho de 2025 - 14:31 | Redação

A crescente violência contra profissionais da enfermagem em Mato Grosso do Sul foi tema central do seminário “Desafios na Gestão em Saúde: Enfrentamento à Violência contra Profissionais de Enfermagem”, realizado na quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa do Estado (Alems). O encontro reuniu representantes de entidades de classe, gestores públicos e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Durante o evento, foram relatadas agressões físicas, sobrecarga de trabalho e adoecimento emocional, especialmente em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A deputada Gleice Jane (PT), responsável pela proposição do seminário, destacou que a valorização dos servidores é essencial para garantir um atendimento de qualidade à população. Ela também anunciou a criação de uma comissão para acompanhar os encaminhamentos a partir dos debates.
Um dos destaques foi a fala da Promotora de Justiça Daniela Cristina Guiotti, Coordenadora do Núcleo de Saúde (Naes) do MPMS. Ela alertou que, até o momento, o órgão não recebeu denúncias formais sobre violência contra enfermeiros, mas reforçou que o Ministério Público atua preventivamente por meio de inquéritos civis e ações públicas. Também consignou que o MPMS possui termo de cooperação com o Coren/MS, buscando atuação conjunta em demandas da saúde. “Campo Grande enfrenta problemas graves de estrutura, como a falta de leitos e medicamentos. Uma forma de evitar conflitos é acolher os pacientes quando da chegada à Unidade de saúde com informações claras sobre o atendimento que será prestado”, explicou.
A Procuradora Chefe do Ministério Público do Trabalho em MS (MPT-MS), Cândice Gabriela Arósio, em sua exposição, chamou a atenção para o aumento de transtornos mentais relacionados ao ambiente de trabalho. “O número de benefícios concedidos por esse tipo de adoecimento mais que dobrou nos últimos dez anos. O trabalho, que deveria ser fonte de dignidade, tem sido motivo de sofrimento”, destacou. Ela defendeu o uso de ações civis públicas e criminais para responsabilizar gestores e proteger os trabalhadores.
A pesquisadora da Fiocruz, Maria Helena Vieira Machado, apresentou dados da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, revelando que mais de 80% da categoria é formada por mulheres, muitas delas pretas, pardas ou indígenas. Segundo ela, os vínculos precários, múltiplos empregos e a infraestrutura deficiente agravam as condições de trabalho. “Durante a pandemia, metade dos profissionais relatou piora na saúde mental. Muitos se sentem sozinhos e desamparados”, disse.
Os presidentes do Conselho Regional de Enfermagem de MS (Coren-MS), Leandro Afonso Rabelo Dias, e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Carlos Neri da Silva, reforçaram a necessidade urgente de políticas públicas e denunciaram a falta de estrutura nas unidades de saúde.
O seminário foi encerrado com um apelo à mobilização coletiva e à implementação de ações concretas em defesa da enfermagem. Estiveram presentes também a secretária municipal de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite de Mello, e o superintendente do Hospital Universitário da UFGD, Hermeto Macario Amin Paschoalick, sinalizando o compromisso institucional com a causa.
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