• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Geral

Estudantes da Capital apresentam espetáculo inspirado em Ariano Suassuna

Peça será encenada neste sábado (4), no Teatro Dom Bosco, e leva ao palco um dos clássicos do dramaturgo nordestino

Sexta-feira, 03 Outubro de 2025 - 12:19 | Redação


Estudantes da Capital apresentam espetáculo inspirado em Ariano Suassuna
As estudantes que também integraram a direção garantem que a experiência transformou sua forma de lidar com desafios. “Aprendi muito sobre responsabilidade e maturidade. Trabalhar com pessoas não é fácil, porque cada uma pensa de um jeito. Foi importante aprender a dialogar e a me doar pelo outro”, conta Isabela Grando. (Créditos: Divulgação|Marista Alexander Fleming).

O avarento Euricão, personagem que guarda sua fortuna em uma porca de madeira, ganha vida neste sábado (4), às 17h, no palco do Teatro Dom Bosco, em Campo Grande (MS). A encenação faz parte da comédia O Santo e a Porca, escrita em 1957 por Ariano Suassuna, mestre em transformar as contradições brasileiras em riso e reflexão.

Com humor irônico e crítica social, a peça será apresentada pelos estudantes da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Marista Alexander Fleming, que se dividiram entre direção, figurino, maquiagem, contrarregra e atuação para dar corpo ao espetáculo.

Um mergulho em Suassuna - Mais que um exercício teatral, a montagem representa um mergulho no universo de um dos maiores dramaturgos do país. Criador do Movimento Armorial e autor de O Auto da Compadecida, Suassuna defendia que a verdadeira riqueza não está no dinheiro. “Suassuna nos ajuda a refletir sobre o que é o verdadeiro tesouro da vida, colocando em cena valores como espiritualidade, solidariedade e espírito de família. Para os estudantes, é também um espaço de autodescoberta e de expressão criativa”, afirma Carla Larissa, professora de arte e literatura do Colégio e responsável pela orientação da montagem.

Os ensaios começaram no início do ano e envolveram pesquisa, adaptação e muitas horas de dedicação. A docente destaca que o processo foi marcado pelo espírito de colaboração: “As pessoas envolvidas têm funções específicas, mas todo mundo acaba se ajudando. Nós orientamos os alunos e auxiliamos nas criações.”

Bastidores da produção - Na comissão do colégio, Thalita Melotto, Anna Luíza e Liliane cuidaram da organização e do marketing; Anna Flávia e Tatiane Lima foram responsáveis pelo figurino e maquiagem; Adriano Bressan assinou iluminação e sonoplastia; Carla Larissa coordenou a cenografia; Diomedes Jara assumiu a parte financeira; Juliana Gurgel atuou como diretora; e Mírian Turque ficou responsável pela adaptação e roteiro.

As estudantes que também integraram a direção garantem que a experiência transformou sua forma de lidar com desafios. “Aprendi muito sobre responsabilidade e maturidade. Trabalhar com pessoas não é fácil, porque cada uma pensa de um jeito. Foi importante aprender a dialogar e a me doar pelo outro”, conta Isabela Grando.

Para Manuela Máximo, a grande lição foi a paciência: “Aprendi a ouvir a opinião dos colegas e a entender que, muitas vezes, o que é melhor para o grupo vai além do meu ponto de vista pessoal.”

Já Manuela Cury destaca que a peça mudou sua visão sobre liderança: “Como diretora, descobri que liderar não significa ser superior, mas sim escutar e construir junto. Isso me ajudou a melhorar minha comunicação e a forma de lidar com as pessoas.”

 

Teatro como formação

Além de homenagear a genialidade de Suassuna, a montagem reforça a importância de manter viva a literatura brasileira entre os jovens. O humor do autor nordestino, mesmo escrito há décadas, continua atual, provocando risos e reflexões sobre valores que atravessam gerações. “Quero que o público leve essa experiência para a vida, aprendendo com a história dos personagens. O Euricão, por exemplo, só se importa com bens materiais, e isso nos faz refletir: será que estamos dando valor às coisas certas?”, provoca Manuela Máximo.

A experiência também reflete a importância do teatro como espaço de desenvolvimento das chamadas habilidades do século XXI – comunicação eficaz, criatividade, pensamento crítico e trabalho em equipe –, cada vez mais valorizadas na educação e no mercado de trabalho. “Os alunos exercitam escolhas que envolvem preferências estéticas e discernimento ético. Eles vivenciam o espírito de família nos ensaios, apoiam colegas e descobrem que o verdadeiro brilho está na partilha do talento e não na vaidade”, explica Carla Larissa.

 

Ingressos esgotados

O sucesso da iniciativa foi tamanho que os ingressos para O Santo e a Porca se esgotaram antes mesmo da apresentação. Mais de 600 entradas foram vendidas entre comunidade escolar e público em geral, confirmando a adesão da comunidade. Toda a renda será destinada ao Instituto Misericordes Sicut Pater, fundado em 2016, que oferece assistência social e religiosa a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em cinco bairros de Campo Grande. O espaço atende até 150 pessoas, fortalecendo vínculos e promovendo oportunidades de conhecimento e convivência.

 

Sobre o Colégio

O Colégio Marista Alexander Fleming integra a rede Marista Brasil, presente em 20 estados, com 96 unidades que atendem cerca de 100 mil estudantes. A formação é pautada pela tradição dos valores Maristas e pela excelência acadêmica, aliada aos desafios contemporâneos. Por meio de propostas pedagógicas diferenciadas, crianças e jovens desenvolvem conhecimento, pensamento crítico e autonomia, preparando-se para atuar em uma sociedade em constante transformação.

Mais informações: maristabrasil.org
 

SIGA-NOS NO Google News

Tudo Sobre:

  campo-grande  teatro  teatro-dom-bosco  alunos