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Educação financeira é ferramenta de transformação social, diz especialista
Professor alerta para desafios na implementação do tema nas escolas e reforçam impacto do conhecimento financeiro
Sexta-feira, 21 Novembro de 2025 - 15:31 | Sandra Salvatierre

Com 76,4% das famílias brasileiras endividadas e 28,6% em situação de inadimplência, a educação financeira tem ganhado destaque como uma das principais ferramentas para promover transformação social e reduzir vulnerabilidades econômicas no país. Especialistas afirmam que, apesar de a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já prever o tema, ainda há barreiras significativas para que ele seja desenvolvido de forma sólida e contínua nas escolas.
Geraldo Luiz Silva, professor do curso de Ciências Contábeis da Estácio, explica que a simples inclusão do tema no currículo não é suficiente. “A inserção da educação financeira exige abordagem transversal, formação adequada de professores e alinhamento com as diretrizes nacionais. A BNCC permite integração com disciplinas como Matemática, Ciências Humanas e Ensino Religioso, mas é preciso investir em capacitação docente, materiais pedagógicos e gestão articulada”, destaca.

O cenário econômico atual reforça a urgência dessas ações. De acordo com os dados mais recentes de 2025, a combinação de juros elevados, crédito restrito e inflação persistente tem pressionado o orçamento das famílias. “Esses fatores impedem o acesso a condições favoráveis de crédito e diminuem o poder de compra. Muitas famílias recorrem a financiamentos para manter o padrão de consumo, o que perpetua o ciclo de endividamento”, avalia o professor Geraldo.
A falta de conhecimento sobre orçamento, prioridades financeiras e consumo responsável agrava o quadro. “Sem noções básicas de planejamento, as decisões acabam sendo impulsivas. A ausência de metas como aposentadoria, reserva de emergência ou investimentos compromete a estabilidade financeira familiar”, acrescenta.

Os efeitos não se limitam ao bolso. A desorganização financeira está diretamente ligada ao aumento do estresse, ao desgaste das relações familiares e à queda na produtividade laboral. “O estresse financeiro afeta diretamente a saúde mental e as relações pessoais, criando vulnerabilidades que vão além da economia doméstica”, analisa Silva.
Para o especialista, a educação financeira vai muito além de ensinar a administrar dinheiro: trata-se de um instrumento essencial de cidadania e transformação social. “É uma forma de formar cidadãos conscientes, capazes de planejar o futuro e fortalecer a resiliência econômica da sociedade”, conclui.
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