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Deputados exigem apuração de ataques misóginos e racistas a delegada
Parlamentares pedem investigação e reforçam defesa dos direitos das mulheres
Terça-feira, 07 Outubro de 2025 - 16:30 | Redação

Deputados estaduais de Mato Grosso do Sul solicitaram a abertura de investigação sobre crimes cometidos contra a delegada Thays do Carmo Oliveira de Bessa, da Depac de Dourados, após ataques de cunho misógino e racista durante transmissão ao vivo em rede social.
O tema foi levantado pela deputada Lia Nogueira (PSDB) durante sessão no dia 7 de outubro. “Ataques de cunho preconceituosos, machistas e depreciativos proferidos contra a sua imagem, em uma entrevista, motivados por estereótipo, pela sua aparência e pela sua condição de ser mulher. Ela tem desempenhado com elevado padrão técnico, ético e comprometimento sua função e com os comentários colocam a mulher em uma situação de diminuição”, lamentou.
Entre as ofensas, Lia destacou frases proferidas: “eu acho absurdo a mulher deixar a louça suja para combater o crime”; “Se essa delegada se perder no meio da Cracolândia, fica difícil identificar pela aparência, a bichinha está debulhada hein?”; “Nossa que delegada feia, tá mais para ser empregada doméstica”; “Ela deve ser empregada aqui da minha casa, tratar ela igual o cachorro aqui”.
Para Lia, tais manifestações representam violação de direitos e demonstram como o machismo e o ódio persistem: “Comentário deploráveis. Isso demonstra o quanto o machismo e o ódio estão nos matando. É por isso que nos matam no país e nós, enquanto representantes femininas, não podemos permitir isso. Lugar de criminoso é na cadeia. Faço também requerimento ao Ministério Público que acompanhe de perto. Não podemos deixar que mulheres sejam linchadas e agredidas dessa forma”.
A deputada Gleice Jane (PT) reforçou que os ataques são ofensivos à legitimidade das mulheres em posições de liderança. “Absolutamente inadmissível que uma autoridade no pleno exercício de suas funções receba ataques sexistas, machistas, racistas, depreciativos, em tom abertamente preconceituoso que transcende da ofensa individual, e sim a estruturas historicamente excludentes, que buscou deslegitimar mulheres, em especial mulheres negras, que ocupam posição de poder, liderança. Reproduzem formas persistentes de violência simbólica”, afirmou.

A deputada Mara Caseiro (PSDB) também manifestou apoio à delegada: “Palavras absurdas, misóginas e de preconceito que nós não podemos permitir. Faremos um requerimento ao secretário de Segurança Pública para que identifiquem esses criminosos por essas manifestações criminosas. Uma mulher competente, que estava em seu exercício de função e ser agredida assim. Fica a minha manifestação e apoio a essa mulher dedicada e profissional, que vem fazendo um extraordinário trabalho, principalmente contra a violência contra a mulher”.
O pedido de investigação foi reforçado pelo deputado Coronel David (PL). “Pela gravidade dos fatos vou pedir para a que possibilidade da Casa de Leis fazer um documento exigindo a investigação para apurar e identificar as pessoas que fizeram agressões à delegada”, disse.
O presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), concluiu o debate confirmando que a moção de repúdio será formalizada: “Repudiamos qualquer atitude de ódio. É comum as pessoas acharem que rede social é terra sem lei, achar que vai lá e fala o que quer, mas não é bem assim. Vamos fazer sim o documento solicitando punição na forma da Lei. Não podemos compactuar com uma situação dessa. Vamos pedir para que tomem providências”.
(Com informações da assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa de MS)
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