• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Geral

Como o governo e os especialistas veem os impactos econômicos do coronavírus

Quinta-feira, 26 Março de 2020 - 18:54 | Redação


O avanço da pandemia do novo coronavírus, COVID-19, obrigou o governo e a sociedade civil a tomarem medidas de precaução para evitar a contaminação das pessoas. Outros órgãos e entidades começarem a fazer especulações e calcular os impactos em outros setores além da saúde, como a área financeira, que também será afetada. Com a recomendação para evitar aglomerações e só sair de casa se for estritamente necessário, ainda não é possível estipular os impactos que o vírus vai causar no comércio e nos demais setores econômicos do Brasil e do mundo. Impactos que afetam o mundo - O epicentro da pandemia foi a província de Wuhan, na China, onde o número de infectados e mortos é o maior dentre todos os países com casos confirmados. Logo, as consequências são mais alarmantes por lá. Com as ruas vazias, aulas suspensas, comércios e lojas fechados, a produção industrial e o consumo de itens foram reduzidos drasticamente. Em outros países da Ásia e na Europa, a recomendação, para os que não estão infectados, é de quarentena preventiva. Essa medida tem causado o fechamento de escolas, universidades, aeroportos, transportes públicos e outros locais de grande circulação de pessoas e, claro, de dinheiro. O mercado do entretenimento também está sofrendo com os impactos da pandemia e a necessidade de conter a transmissão do vírus entre as pessoas. Shows, festivais e eventos esportivos, que costumam receber centenas de milhares de fãs, estão sendo cancelados. Dentre os mais conhecidos, eventos de grande porte como o Coachella, a Champions League e diversos lançamentos de filmes foram suspensos até a situação se normalizar. Coronavírus na economia brasileira - No Brasil, o número de casos ainda é pequeno em relação a países como Itália, Espanha, França e a própria China. Porém, o governo já anunciou medidas para tentar frear a transmissão entre as pessoas e conter o avanço na quantidade de infectados. A Ibovespa, bolsa de valores brasileira, foi afetada e teve dias tenebrosos após a propagação do COVID-19 no país. Na última semana, o dólar chegou, pela primeira vez na história, ao valor de R$ 5. Entre os dias 9 e 16 de março, a bolsa teve quedas expressivas, sendo obrigada a parar as negociações por cinco vezes, o chamado circuit breaker. Como consequência da pandemia, mercados de ações ligadas aos setores de saúde e viagens registraram as maiores perda. As exportações também foram afetadas, considerando que a China, epicentro da pandemia, representa 30% de tudo que o Brasil exporta para o mercado internacional. Em contrapartida, o país asiático é um dos principais exportadores para a indústria brasileira, principalmente na de eletroeletrônicos. As medidas da Organização Mundial da Saúde (OMS) têm diminuído a circulação desses produtos. O que diz o Ministério da Economia? - Na última quarta-feira, 11 de março, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia divulgou uma nota analisando os efeitos do novo coronavírus na economia brasileira e fazendo previsões e estimativas do impacto que a pandemia pode ter no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. De acordo com o Ministério, em um contexto mais confiante, o impacto da epidemia no crescimento do PIB seria de apenas -0.10 pontos percentuais. Em compensação, a hipótese mais negativa indica queda de 0.66 pontos percentuais. De acordo com a nota, “vale destacar que esses efeitos são transitórios, e devem ser revertidos após a contenção da epidemia”. Para simular os impactos da epidemia no PIB, o órgão selecionou os principais setores econômicos brasileiros que serão afetados. São eles: redução das exportações; diminuição no preço de commodities e piora nos termos de troca; interrupção da cadeia produtiva de alguns setores; baixa nos preços de ativos e agravamento das condições financeiras; e redução no fluxo de pessoas e mercadorias.

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