• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Economia

Negócio que começou no fundo de casa alcança 3ª geração por marcenaria de alto padrão

Empresa que faz trabalhos personalizados em madeira une família e gera empregos na Capital

Domingo, 04 Junho de 2023 - 14:00 | Valdelice Bonifácio


Negócio que começou no fundo de casa alcança 3ª geração por marcenaria de alto padrão
Lukana sobrevive como empresa familiar de geração em geração (Foto: Luciano Muta)

 Um negócio que começou nos fundos de uma casa perdura décadas unindo gerações de uma família em nome da marcenaria de alto padrão em Campo Grande (MS). Na Marcenaria Lukana, máquinas usadas pelo fundador ainda estão em plena atividade dividindo espaço com novíssimos equipamentos de ponta, tudo num mesmo ambiente.

A empresa é muito procurada por quem busca móveis planejados com requinte. O acabamento perfeito é como se fosse a assinatura da firma em cada projeto executado. O refinamento é resultado de anos de experiência com trabalhos em madeira. Conhecimento que veio do avô para o filho e chegou aos netos. A  jornada não foi fácil, mas bem sucedida o suficiente para convencer as novas gerações da família e se dedicarem à marcenaria também.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Seo Gonzaga e o neto Luka (Foto: Luciano Muta)

A história da Lukana começou em 1973, quando Luiz Gonzaga de Morais, o Seo Gonzaga, chegou a Campo Grande vindo de Natal (RN) e logo se empregou em uma marcenaria.  Pouco depois abriu uma própria no fundo da casa do irmão, depois instalou o negócio em um prédio no Centro e deu o nome de Santa Laura, nome da mãe dele.

Agora, ele era dono da Móveis Potiguar. Em 1987, o filho dele Lenilson veio de Natal para trabalhar com o pai em Campo Grande. A escolha pela  capital sul-mato-grossense mostrou-se próspera. A clientela estava crescendo muito, junto com o desenvolvimento da própria Capital na época.  A demanda foi tamanha que eles resolveram abrir uma segunda unidade. Cada um assumiu uma delas para administrar.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Cuidado com cada peça é fundamental para se ter um conjunto perfeito (Foto: Luciano Muta)

Pouco depois, em 1990, Seo Gonzada estava parando, já necessitando se aposentar. Pai e filho se juntaram para o nascimento da Lukana, que é a junção  do nome dos três filhos de Lenilson, Luana, Luka e Lana. A escolha do nome era um prenúncio de que Lenilson conseguiria unir a prole no negócio, o que, de fato, aconteceu.

Com o falecimento de Seo Gonzaga, Lenilson tocava a marcenaria sozinho. Em 2018, a filha caçula, Lana, estava cursando faculdade de arquitetura e  se interessou pela área de interiores. Foi o primeiro contato dela com a marcenaria.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Lana explicando os projetos  (Foto: Luciano Muta)

"Eu já fazia com o meu pai alguns projetos, tinha ido a clientes, eu já conhecia o universo da marcenaria. Mas, quando me formei eu fui com uma sócia fazer projetos voltados para a arquitetura. Mas, em 2021, o Luka que já estava na administração, a gente resolveu testar trabalharmos juntos",  afirma.

Convite aceito. Lana estava de volta aos quadros da empresa. Ela cuida dos projetos. Luka da administração. O próprio Luka também enfrentou uma transição antes de se encontrar no negócio da família.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Luka em ação na marcenaria   (Foto: Luciano Muta)

Ela trabalhava no setor financeiro desde os 18 anos, mas não estava feliz. Assim, ele deixou a antiga ocupação e assumiu a firma aberta por seu avô,  auxiliando seu pai. Agora sim, o legado de Seo Gonzaga tinha chegado a terceira geração. E a produção só aumentava.  

Luka chegou com tanta vontade de ampliar o negócio que até se atrapalhou. "Por conta de demanda achei bom abrir uma segunda unidade. Alugamos um barracão, e compramos maquinários, mas acabei falindo a segunda unidade da Lukana no final de 2021. Acho que confiei nas pessoas  erradas. Optamos por fechar a nova unidade, vendi minha caminhonete, metade da equipe foi embora. Foi um momento bem difícil que marcou,  mas que superamos", afirma.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Lana e Luka, irmãos têm muita afinidade no trabalho (Foto: Luciano Muta)

Superaram mesmo. Já ampliaram a área de produção. Compraram terrenos atrás da matriz e aumentaram o galpão. A quantidade de funcionários foi triplicada, hoje são 13 contratados.

Entre esses 13, aliás, um deles faz parte da história da família, sendo considerado parte dela, o marceneiro José Carlos da Silva, o Carlito, que  trabalha no negócio desde a época do Seo Gonzaga. Ele só tinha 18 anos quando um vizinho do pai, que era marceneiro, pegou um serviço do seo Gonzaga para fazer. O ano era 1981 e ali começava a jornada de Carlito na marcenaria, onde descobriu sua verdadeira vocação.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Carlito trabalhou com as três gerações da família (Foto: Luciano Muta)

“Esse vizinho me chamou para ajuda-lo. Quando o  serviço terminou ele saiu. Fiquei com o seo Gonzaga que foi passando serviço para mim, e eu não sabia muito. Eu me casei aos 19 anos, a situação era meu difícil e seo Gonzaga me ajudou e nós vencemos. Passado o tempo veio o Lenilson que ficou cerca de 15 anos, até que chegou no Luka, a terceira geração. Só tenho motivos para agradecer”, valoriza Carlito.

Mais do que um antigo funcionário dedicado, o marceneiro foi também uma espécie de professor para Luka, alguém que ele considera fundamental. “Quando cheguei, a equipe que meu pai tinha formada era muito pequena. E desde o começo, Carlito se dispôs a me ensinar tudo o que as máquinas faziam. Me chamava toda vez que estava montando algum armário e me explicava o motivo de estar sendo feito daquela forma”, relembra.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Demanda por móveis planejados cresce, aumentando os serviços na marcenaria (Foto: Luciano Muta) 

A Lukana não produz peças soltas de madeiras, apenas móveis planejados. Assim, quartos, cozinhas, salas e outros ambientes em madeiras são projetados por Lana, produzidos pela equipe, peça a peça, e depois executadas no endereço que o cliente escolheu.  A empresa produz cerca de 600 metros quadrados por mês em móveis feitos com MDF para um público muito exigente, classes A e B. 

O trabalho em família é um prazer para eles, mas, claro, tem seus percalços. "Quando o Luka me chamou, nosso maior medo era não dar certo por que ele e eu somos muito geniosos, mas, a verdade, é que o negócio aproximou muito a família. Foi algo que a gente cresceu tanto  profissionalmente quanto emocionalmente", afirma Lana.

Negócio alcança 3ª geração em marcenaria
Trabalho em família trouxe crescimento profissional e emocional (Foto: Luciano Muta) 

"Trabalhar com família é bom porque a gente tem muita confiança e cumplicidade. Não tem isso de um sócio querer ganhar mais que o outro que eu vejo nas outras empresas. As vezes, a gente mistura um pouco a liberdade que tem como irmão, você fala de um jeito que não falaria com um sócio. Porém, acho que tem muito mais prós do que contras", resume Luka.

O trabalho da Lukana pode ser apreciado nas redes sociais da empresa. Acesse aqui

Confira a galeria de imagens:

SIGA-NOS NO Google News

Tudo Sobre:

  campo-grande  trabalho  familia  negocios