• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

Política

Polarização entre Lula e Bolsonaro precisa acabar, defende Nelsinho Trad

Para senador, atual governo do Brasil precisa melhorar a interlocução com os Estados Unidos

Sexta-feira, 22 Agosto de 2025 - 18:38 | Redação


Polarização entre Lula e Bolsonaro precisa acabar, defende Nelsinho Trad
Nelsinho Trad concedeu entrevista ao vivo ao Rodrigão, no Cidade Alerta MS (Foto: Luiz Alberto)

Na linha de frente do grupo de senadores que luta para superar a crise comercial com os Estados Unidos, Nelsinho Trad (PSD-MS) reclama dos danos causados pela polarização política entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Essa briga entre Bolsonaro e Lula já deu o que tinha que dar. Está sendo ruim para o Brasil. É preciso sair dessa bolha de polarização para alimentar a esperança do povo brasileiro", disse durante entrevista ao programa Cidade Alerta MS, da TVMS Record (canal 11.1) na noite desta sexta-feira, 22 de Agosto.

Nelsinho esteve nos EUA, no mês de Julho, junto com a comitiva de parlamentares que atuou para abrir diálogo entre os dois países em meio à questão do tarifaço. Segundo ele, a briga entre Lula e Bolsonaro tornou mais difícil a missão dos senadores.

Polarização precisa acabar, diz Nelsinho
(Foto: Luiz Alberto)

"Misturaram (a questão política brasileira) no meio da história", criticou. Nelsinho avalia como insuficiente a política de interlocução do governo Brasileiro com os EUA.

"A política de interlocução do Brasil não está indo bem. O atual governo precisa melhorar a interlocução, abrir canal de diálogo. O Brasil tem 200 anos de relações com os Estados Unidos", considerou.

"Parece que um não tem muita simpatia pelo outro (Lula e Trump), e vice-versa, mas há certas questões que tem que ficar acima. É preciso uma atuação de alto nível do presidente da República", aconselha.

Polarização precisa acabar, diz Nelsinho
Nelsinho Trad e o grupo de senadores durante viagem aos EUA, em Julho (Foto: Divulgação)

Nelsinho lamenta que as tarifas estejam causando a carestia dos produtos brasileiros que são muito elogiados e bem aceitos pelos americanos, tais como carne usada nos hambúrgueres, café e laranja, por exemplo.

As tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos entraram em vigor no dia 6 de Agosto. A medida afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado estadunidense, o que representa 4% das exportações brasileiras. Café, frutas e carnes foram afetadas pela nova tarifa. Cerca de 700 produtos do Brasil ficaram fora do tarifaço.

Ficaram de fora dessa taxa suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes, polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.

Polarização precisa acabar, diz Nelsinho
(Foto: Luiz Alberto)

O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada por Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter à relativa perda de competitividade da economia americana para a China nas últimas décadas.

No dia 2 de Abril, Trump iniciou a guerra comercial impondo barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, foi imposta, em abril, a taxa mais baixa, de 10%.

Porém, no início de Julho, Trump elevou a tarifa para 50% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder o pleito de 2022.

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