Artista da Capital revela as formas do som na água

Matar a sede, limpar a casa ou gerar a vida. A água é o recurso natural vital para a humanidade e frequentemente estudiosos descobrem novas aplicações desta substância. Aqui mesmo em Campo Grande (MS), um músico e doutor em química tem usado a água para mostrar quais são as formas do sons. Elas, aliás, são de beleza impressionante.

Seu nome é Murilo Martinez, um artista que produz música para os ouvidos, olhos e corpo todo. Compositor e multi-instrumentista, ele também é terapeuta e aplica os sons no enfrentamento e cura de dores físicas, em uma bem sintonizada união entre a musicalidade e a ciência, apresentada em seu consultório, ou melhor no Instituto Edohigan | Terapias Sonoras e Vibracionais, fundado por ele na Vila Cidade Jardim.

Nos palcos, o músico revela a novidade ao seu público em forma de uma experiência imersiva diferenciada criada e organizada por ele. Seu espetáculo autoral 'A Forma do Som' foi recentemente apresentado e aclamado em teatros da Capital.  A plateia pode literalmente “ver” o som em tempo real, com projeções audiovisuais de uma paisagem geométrica de vibrações.

"O som não é invisível. Ele produz incríveis padrões geométricos na água, no ar e em sólidos, indicando a organização intrínseca da vibração na matéria", explica. As vibrações do som na água produzem formas geométricas diversas e aparentam ser espécies de mandalas. 

"Essas mandalas observadas são o modo como as frequências reverberam nos líquidos do nosso corpo. Assim, o som é - a princípio - linhas de força que ordenam e organizam a matéria", define o músico.

O álbum 'A Forma do Som' é resultado de anos de estudo e aprofundamento na musicoterapia vibroacústica, área à qual se dedica por meio de duas pós-graduações e diversos cursos especializados. Segundo Murilo, a música reverbera no corpo, sendo percebida não apenas pelo ouvido, mas também pela pele, pelas células.

Veja abaixo trecho de apresentação de ‘A Forma do Som’:

Como forma de demonstrar ao vivo, o artista fez ensaios diante da reportagem do Diário Digital em seu consultório. Usando iluminação colorida, ele provocou vibrações em recipientes com água onde foi possível ver as formas geométricas se formando no líquido.

Evidentemente, a demonstração no consultório é experimental e não permite que a experiência atinja o ápice, já que para isso seriam necessários equipamentos mais sofisticados para captar as formas em detalhes. Veja abaixo:

Assim, Murilo se vale de softwares para criar e observar as formas geométricas do sons. Estes softwares encurtam o caminho, sem a necessidade de usar a água fisicamente. "Eu adiciono a frequência do som e o software do aplicativo já traz pronta a figura que seria desenhada pelo som na água", detalha

Mais do que revelar a forma do som para seus shows musicais, a água tem outras aplicações importantes no trabalho de Murilo. Em suas terapias sonoras e vibracionais, ele reconhece a água como um importante condutor dos sons e vibrações pelo corpo humano, ou seja, a água é extremante relevante no andamento e êxito do trabalho.  

O  método desenvolvido por Murilo que utiliza o som diretamente no corpo físico dos pacientes - criando experiências terapêuticas e sensoriais - tem relação com a cimática, a ciência que estuda os padrões geométricos formados por vibrações sonoras.

No consultório, o paciente se deita em uma Mesa Lira, uma grande caixa de ressonância que possui 42  cordas embaixo. Ali, o musicoterapeuta produz sons que vão reverberar diretamente no corpo físico do paciente, agindo como uma massagem sonora interna para fins terapêuticos. Tubos Sonoros também são usados para completar a experiência, criando um rico campo harmônico sob o corpo do paciente.

No Instituto Edohigan, o som é o remédio. Porém, neste caso, uma terapia não-invasiva e sem efeitos colaterais adversos.  "O que fazemos é a propagação de ondas de baixa frequência (20 a 150 hertz) para tratamentos de estresse, ansiedade e dores crônicas", detalha Murilo.

Até mesmo paciente com fibromialgia já passou por lá, recebeu as vibrações no corpo e percebeu os bons resultados no dia a dia. No vídeo abaixo, Murilo demonstra a incrível sonoridade das Tigelas de Cristal de Quartzo que utiliza em uma das terapias do Edohigan. “Esse som é muito bom contra o estresse”, afirma o músico musicoterapeuta.

A Forma do Som -  O álbum "A Forma do Som" é resultado de anos de estudo e aprofundamento na musicoterapia vibroacústica, climática e ressonância simpática. A musicalidade intimista e introspectiva, culminou no espetáculo de mesmo nome e estética diferenciada. Murilo se realiza ao unir arte, ciência e tecnologia de forma integrada.

"A possibilidade de unir Música com Ciência foi a ideia original deste álbum. O vídeo da composição "A Forma do Som", composta em viola caipira, reflete muito sobre mim, sobre minha essência, e a necessidade inata de compartilhar o que é bom e belo, ou seja, expressar a beleza que recebo de graça, literalmente!"
 

O músico trabalha com afinações alternativas desde meu primeiro álbum, Sinfonia do Silêncio (2011). Ele considera que assim tem mais liberdade para criar ritmos, acordes e texturas únicas. Sua identidade musical é uma fusão de influências: música brasileira, celta, nórdica e trilhas sonoras.

Apesar de muito estudioso, ele revela que se inspira mais no que ouve. A teoria aparece depois, na fase de lapidação. "Uso violão harpa, kalimba, ukulele e outros instrumentos não convencionais. Gosto de explorar timbres e misturar culturas sonoras. Minha música está sempre em transformação, refletindo o que escuto e vivo”, destaca.

Agora, Murilo Martinez se organiza para retomar as apresentações de A Forma do Som em 2026 quando deverá percorrer o País.

Serviço - O trabalho do músico pode ser apreciado na rede social @murilotmartinez 

Mais informações sobre Instituto Edohigan também estão disponíveis em rede social @edohiganinstituto