Polícia
Mulher agredida por tenente da PM faz denúncia na Corregedoria
"Ele me batia e me chamava de *p...", disse a vítima que apanhou mesmo estando algemada
Segunda-feira, 23 Novembro de 2020 - 11:37 | Thays Schneider

Dois dias após imagens serem divulgadas, a mulher de 44 anos que foi agredida por um tenente da Polícia Militar em Bonito procurou a corregedoria da Polícia Militar em Campo Grande. A vítima, que prefere não mostrar o rosto, vai oficializar a denúncia contra o PM André Luiz Leonel. Ela chegou bastante abalada na sede da Corregedoria e conversou rapidamente com a imprensa antes de entrar.
A vítima, que é esposa de Polícia Militar, revela nunca ter presenciado ou vivido tamanha brutalidade. “Fiquei presa de sábado para domingo, fui agredida, levei tapas, chutes, socos e muitos xingamentos ofensivos. O pior de tudo foi saber que o conselho tutelar tinha recolhido meus filhos para um abrigo em uma cidade onde eu não conhecia nada e ninguém”, lamenta.

O crime aconteceu em 26 de setembro, mas só no dia 21 de novembro as imagens que revelam a agressão vieram a público. No vídeo ela aparece algemada e sendo agredida pelo PM. Um outro policial não agride, mas segura a vítima e o tenente continua batendo. A agressão só para com a intervenção de uma policial militar . “ Eu não tinha provas das agressões. Mesmo com marcas pelo corpo fui impedida de registrar um boletim de ocorrência, fui humilhada fiquei com medo de perder meus filhos. Tenho uma menina portadora de autismo que precisa de todos cuidados necessários. Eu vivi momentos de terror e ela estava presente. Hoje busco por justiça. Sou casada com militar e nunca presencie uma conduta deste tipo”, afirma.
Ainda muito emocionada, ela relembra também o sofrimento dos filhos que presenciaram. “Nunca vou esquecer essa cena do meu filho de seis anos chorando, minha filha autista surtando e o PM me algemando e colocando no camburão como se eu fosse uma bandida”. A vítima mora em Corumbá com a família as agressões aconteceram em Bonito durante uma viagem a passeio.
De acordo com a mulher, ela foi presa por defender a filha que tem autismo. “ No dia do ocorrido a briga começou após a demora em um pedido de comida em um restaurante. Minha filha de três anos começou a chorar por conta da síndrome que ela sofre", relata. Ainda segundo a vítima, a dona do restaurante teria xingado sua filha. Já as agressões começaram no quarto do hotel e seguido até o quartel da Polícia Militar.
A vítima espera que a justiça e que o tenente seja punido com expulsão. Ela reforça ainda que é preciso ter mais empatia em relação a crianças especiais.

Em nota oficial emitida nesta segunda-feira (23), o governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, determinou o afastamento imediato dos policiais militares envolvidos em casos de violência registrados no atendimento de ocorrências em Bonito e Bodoquena. Para o governador, ainda que tenha havido ocorrência de desacato e agressões aos policiais, são inadmissíveis a violência extrema e a conduta empregada na ação policial nestes casos, que já estão sob rigorosa investigação, em Inquérito Policial Militar – IPM.

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