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Polícia

Suspeitos de matar médico de MS confessam que foram contratados por "amiga"

Segundo a polícia, a mandante do crime queria ter acesso ao celular da vítima para apagar as provas a incriminavam

Quarta-feira, 09 Agosto de 2023 - 14:12 | Marina Romualdo


Suspeitos de matar médico de MS confessam que foram contratados por "amiga"
Os suspeitos chegaram na madrugada de terça-feira (08) na Delegacia de Polícia Civil de Dourados (Foto: Sidnei Bronka/Ligado na Notícia)

Guilherme Augusto Santana, de 34 anos, Keven Rangel Barbosa, de 22 e Gustavo Kenedi Teixeira, de 27 anos, foram ouvidos na última terça-feira, 08 de Agosto, e confessaram que mataram o médico, Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, e confirmaram à polícia que foram contratados pela "amiga pessoal" do vítima, a Bruna Nathália de Paiva, de 29 anos. O homicídio ocorreu após o profissional de saúde cobrar uma dívida de R$ 500 mil.

Já nesta quarta-feira, 09 de Agosto, a mandante do crime vai passar por oitiva na sede do Setor de Investigações Gerais (SIG) do 1º Distrito Policial de Dourados. De acordo com o Dourados News, o delegado responsável pelo caso, Erasmo Cubas disse que um dos objetivos de Bruna, era ter acesso ao celular do médico para apagar as provas a incriminavam. Sendo assim, ela comprometeu dinheiro aos três homens para ceifar a vida de Gabriel.

"Bruna é uma pessoa bem persuasiva, com traços de psicopatia, e conseguiu convencer eles”, detalhou Erasmo. Com isso, os investigadores direcionaram a atenção para o interrogatório com a mulher, no intuito de concluir a investigação. Os quatro suspeitos foram presos em uma ação conjunta no município de Pará de Minas (MG) na última segunda-feira (07).

Ainda conforme o Portal de Notícias, as oitivas serão determinantes também para elucidar o grau de participação de cada um dos integrantes no crime. “Embora tenha sido eles que executaram, não possuem o mesmo quilate criminal que ela tem”, finalizou o delegado.

Desta forma, após serem ouvidos pela polícia os suspeitos – Guilherme, Keven e Gustavo vão responder pelo crime de participação no crime tipificado como homicídio qualificado serão encaminhados para Penitenciária Estadual de Dourados (PED).  

Suspeitos de matar médico foram contratados por "amiga"
Os suspeitos pela morte do médico foram localizados e presos em Minas Gerais (Foto: Reprodução/TVMS Record)

Investigação – Durante a coletiva de imprensa que foi realizada na terça-feira, 08 de Agosto, o delegado, Erasmo Cubas, relatou que o médico foi assassinado a mando de Bruna, que era uma amiga pessoal dele e que devia cerca de R$ 500 mil para ele. De acordo com o Ligado na Notícia, Gabriel era natural de Rio Grande do Sul e veio para MS para cursar medicina e, desde então integrava um grupo criminoso de estelionato, que é o mesma quadrilha em que a "amiga" pertence.

Segundo as investigações policiais, os dois aplicavam golpes por meio de fraudes em cartões e uso de documentos até de pessoas já falecidas. Por serem comparsas, o médico passou a cobrar a Bruna pelo valor de R$ 500 mil. Sendo assim, o assassinato de Gabriel, foi planejado e ordenado por Bruna. “Certamente o Gabriel passou a pressionar a Bruna para receber o dinheiro que ela devia a ele, por isso, ela planejou, contratou e até investiu R$ 150 mil para que o médico fosse assassinado", contou o delegado.

"Durante as investigações descobrimos a ligação entre os dois, e vale destacar que os quatro presos acusados de participarem do assassinato, são de Minas Gerais. A participação da Bruna no crime consiste no aluguel e no pagamento de duas casas em Dourados, uma foi onde ela e os outros três indivíduos ficaram hospedados, e a segunda, onde o Gabriel foi assassinado, sendo esta alugada por um período de 15 dias”, relatou Cubas.

O médico foi visto pela última vez na quarta-feira, de 26 de Julho, quando deixou o plantão em um hospital particular e foi para residência na Vila Hilda, onde foi morto. Gabriel foi atraído para o local sob alegação de que iria fazer contato com um amigo de Bruna, que tinha interesse em comprar drogas na fronteira com o Paraguai.

“Gabriel foi até a residência, pois, iria explicar para um amigo de Bruna como procederia na compra de entorpecentes na fronteira. Chegando lá, ele foi surpreendido pelo Gustavo, Keven e Guilherme, que são apontados como os autores do homicídio. Essa informação também leva a crer que Gabriel tinha certa ligação com o crime de tráfico de drogas”, detalhou o delegado.

Morte – O delegado, Erasmo Cubas ainda informou que no laudo da perícia apontou que o médico foi morto há aproximadamente três dias, do dia em que foi encontrado. Ele foi assassinado por asfixia e teve um objeto perfurante introduzindo em sua garganta e foi torturado. “Informação preliminar do laudo da perícia indica que Gabriel estava morto há cerca de três dias e que ele agonizou por 48 horas antes de finalmente morrer. Ou seja, eles bateram no Gabriel, chegaram a introduzir um objeto em sua garganta causando uma dilaceração, provavelmente usaram a sacola encontrada ao lado da cama para asfixiá-lo e depois o deixaram morrendo na casa".

Além disso, conforme foi divulgado pelo Diário Digital, Gabriel foi encontrado na manhã do dia 03 de Agosto, com as mãos e pés amarrados com fios de energia e já estava em avançado estado de decomposição. Após o assassinato, a "amiga" do médico, Bruna de Paiva, começou a utilizar o aparelho celular dele para extorquir alguns amigos, se passando por ele. “Bruna leu as conversas do Gabriel com os amigos e começou a pedir dinheiro, dizendo que estava sendo ameaçado por um delegado. Essa fala era para despistar qualquer intenção dos amigos em acionar a polícia”, disse o delegado.

Durante esse período, a suspeita chegou a criar uma 'cortina de fumaça' para enganar a polícia e fazer com que as investigações girassem em torno de um crime passional. De acordo com o Portal de Notícias, a informação de que o médico teria se envolvido com uma mulher comprometida com um criminoso morador na fronteira com o Paraguai, não é verdade. Os suspeitos foram encontrados na cidade de Para de Minas (MG) e a ação contou com equipe da Polícia Civil por intermédio do Setor de Investigações Gerais (SIG) e do Núcleo Regional de Inteligência (NRI) da delegacia de Dourados, em operação conjunta com o apoio operacional da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

Por fim, o delegado afirmou que o crime está elucidado. "O motivo não foi passional. Bruna devia um dinheiro para Gabriel, ele passou a cobrar e, para não pagar, ela planejou e ordenou o homicídio. Embora o grupo negue o crime, não há dúvidas quanto a autoria do assassinato do médico Gabriel. Apreendemos as roupas que eles usaram no dia do assassinato, apreendemos cartões e os celulares. E, a Justiça até já decretou a prisão preventiva dos quatros envolvidos”, concluiu.

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