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Dívidas elevam estresse e impactam produtividade no trabalho, diz pesquisa

66% dos profissionais relatam aumento do estresse devido a dívidas e 83% acreditam que empresas devem oferecer apoio ao bem-estar financeiro

Terça-feira, 28 Outubro de 2025 - 15:35 | Sandra Salvatierre


Dívidas elevam estresse e impactam produtividade no trabalho, diz pesquisa
A pesquisa destaca ainda que, mesmo com a ampliação da NR1 – norma que estabelece diretrizes de segurança e saúde no trabalho, incluindo riscos psicossociais (Foto: Wynne Neilly|Burst).

Uma pesquisa inédita realizada pela SalaryFits, empresa da Serasa Experian, revelou que 66% dos trabalhadores afirmam sentir aumento do estresse em suas vidas pessoais em razão do endividamento. Entre os sintomas relatados estão irritabilidade, insônia e depressão, evidenciando a dimensão emocional das finanças pessoais.

A pesquisa destaca ainda que, mesmo com a ampliação da NR1 – norma que estabelece diretrizes de segurança e saúde no trabalho, incluindo riscos psicossociais – 52% das empresas não oferecem iniciativas voltadas à saúde mental de seus colaboradores.

No ambiente profissional, os efeitos das dívidas pessoais também se fazem sentir: 51% dos funcionários relatam mais estresse no trabalho, 47% exaustão física e 33% queda de produtividade.

 

“A instabilidade financeira não é apenas um problema individual, mas compromete o clima organizacional e a produção. De acordo com a NR1, esses riscos precisam ser mitigados”, comenta Délber Lage, CEO da SalaryFits.

O levantamento indica que somente 21% dos profissionais têm total controle sobre suas contas e orçamentos pessoais, enquanto 83% acreditam que as empresas poderiam ajudar na gestão financeira, oferecendo educação e planejamento.

“Trabalhadores esperam mais do que salários competitivos. Iniciativas concretas de apoio ao bem-estar, como educação financeira, acesso a crédito com melhores condições e ferramentas de gestão de recursos, fortalecem o vínculo com os colaboradores e atendem às diretrizes da NR1”, afirma Lage.

 

Além disso, 49% dos trabalhadores recorrem a recursos extras – cartão de crédito, empréstimos ou apoio familiar – para complementar o salário. A demanda por educação e planejamento financeiro, apontada por 87% dos entrevistados, reforça que informação e orientação são tão importantes quanto o próprio recurso.

A pesquisa também evidencia que alternativas tecnológicas podem transformar benefícios em instrumentos de bem-estar. No caso de adiantamento salarial, 96% afirmam que utilizariam o recurso se fosse oferecido de forma discreta, via aplicativo ou plataforma interna. 80% contrataram serviços de desconto em folha, como o crédito consignado privado (agora chamado Crédito do Trabalhador).

“Tecnologia e educação financeira precisam caminhar juntas. Plataformas digitais simplificam o acesso a benefícios, enquanto a orientação adequada garante o uso consciente desses recursos, aumentando produtividade e melhorando o clima organizacional”, conclui Lage.


Metodologia

A pesquisa foi realizada entre maio e junho de 2025, com 1.029 entrevistas envolvendo funcionários de empresas públicas e privadas, regimes CLT e PJ, com igual participação de homens e mulheres (50% cada). A amostra contemplou todas as regiões do Brasil, com idade média de 41 anos, variando entre 22 e 60 anos.

 

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