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Polícia

Samu alega que não foi acionado para atender empresário morto em cela após acidente

Antônio Cesar Trombini não estava no local quando a equipe chegou, já que, em caso de recusa de atendimento, também é feito o registro na ocorrência aberta pela central de regulação

Segunda-feira, 05 Maio de 2025 - 07:18 | Thays Schneider


Samu alega que não foi acionado para atender empresário morto em cela após acidente
Arquiteto Antônio Cesar Trombini morreu na última sexta-feira (02) (Foto Rede Social)

A família do empresário e arquiteto Antônio Cesar Trombini clama por justiça após ele ter sido encontrado morto por um agente em uma das celas da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac Cepol), localizada no bairro Tiradentes, em Campo Grande (MS), na manhã da última sexta-feira (2).

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o SAMU 192 não possui registro de atendimento a esse paciente na cena do acidente ou qualquer outro atendimento em delegacia. No local do acidente a equipe atendeu apenas uma mulher, de 51 anos, que era passageira de um dos veículos, entretanto não há nenhum registro de paciente com o nome citado, o que pode caracterizar que ele não estava no local quando a equipe chegou, já que, em caso de recusa de atendimento, também é feito o registro na ocorrência aberta pela central de regulação.

Segundo a ex-esposa, Sandra Roncatti, houve negligência por parte da polícia desde o momento do acidente que levou à prisão de Antônio. Ela afirma que ele era idoso, possuía comorbidades e não foi encaminhado ao hospital após o ocorrido, mesmo apresentando um corte na testa e uma lesão no braço.

Indignada, Sandra também levanta dúvidas sobre a origem dos ferimentos. “Gostaria de saber se o corte na testa foi causado na batida do carro ou se aconteceu já dentro da cela”, questionou.

Ela ainda apontou um possível conflito de interesses na abordagem: segundo Sandra, o filho de uma das vítimas envolvidas no acidente é policial civil em Ribas do Rio Pardo e teria sido o responsável por dar voz de prisão a Antônio. “Ele deu voz de prisão, chegou a entrar na caminhonete, descaracterizando toda a cena do acidente. Conversei com meu advogado e sei que ele não poderia ter feito isso”, afirmou.

Diante dos acontecimentos, Sandra ressalta que, mais do que um caso de negligência, a forma como o empresário morreu representa também um ato desumano. “Nós vamos à Corregedoria e solicitaremos as imagens das câmeras de segurança para entender o que, de fato, aconteceu.” ressaltou. 
 

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