Polícia
Pastor que usava 'cura espiritual' é preso por abusar sexualmente de 4 mulheres
Uma das vítimas consentiu as relações sexuais e outra impediu o ato enquanto o suspeito tentava tirar sua blusa
Domingo, 25 Agosto de 2024 - 07:50 | Marina Romualdo
Um pastor de 53 anos foi indiciado por violação sexual mediante a fraude na última sexta-feira (23) em Dourados. De acordo com a equipe da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), o suspeito teria abusado de quatro membros da igreja a qual preside.
No início do mês de agosto, a equipe policial começou a investigar o caso a partir de denúncias que diziam que o suspeito se utilizava de sua figura de líder espiritual e pastor de uma igreja da cidade para ludibriar mulheres, frequentadoras da igreja, e assim, praticar atos libidinosos como beijo na boca (“selinho”), toques pelo corpo, inclusive seios, e até convencer as mulheres a praticar relação sexual.
Além disso, no mês de julho deste ano, já haviam publicações em redes sociais relatando tais fatos. A partir de então, foi realizada a oitiva de diversas pessoas vinculadas à igreja em questão, entre vítimas, obreiros e membros. A DAM identificou quatro vítimas, três delas com idade entre 20 e 22 anos e uma de 40 anos.
Segundo os relatos das vítimas e de testemunhas, o pastor realizava momentos de oração durante madrugadas e em montes ou templo em construção e, nestes momentos, passava a falar em línguas estranhas, em tom alto, e, então, praticava os atos libidinosos. Inclusive, o suspeito também escolhia determinadas mulheres para praticar relação sexual, sob alegação de que Deus havia determinado a passagem do varão, que seria feita pela troca de energia vital, a qual exigia a penetração, com fins de cura espiritual.
Uma das vítimas consentiu as relações sexuais e outra impediu o ato enquanto o suspeito tentava tirar sua blusa. As testemunhas narraram que, desde o início do ano de 2024, membros passaram a reclamar destas situações invasivas e, inclusive, estavam deixando de frequentar a Igreja por essa razão, visto que, além de mulheres muito jovens, estas eram casadas com outros membros da igreja.
Deste então, os obreiros pediram que parasse de realizar toques em mulheres nos momentos de oração e que também parasse de se reunir a sós com outra mulher, tendo em vista a escandalização do templo, mas não aconteceu. Diante disto, a autoridade policial responsável representou pela prisão preventiva do indiciado, pedido que foi atendido pelo Poder Judiciário.
No dia 15 de agosto, o pastor foi preso pela Guarda Municipal e encaminhado à Penitenciária Estadual de Dourados. Com a conclusão do Inquérito Policial, ficou evidenciada a prática dos crimes, especialmente por meio de testemunhas e até por mensagem de vítima alegando ter sido assediada em um retiro. Desta forma, foi realizado o indiciamento contra ele. Em contato com o advogado de defesa, o mesmo afirmou que o cliente não se manifestaria em fase de inquérito policial, motivo pelo qual não foi interrogado.
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