Polícia
Deam recebe mais duas denúncias contra médico
Médico ginecologista foi indiciado em outros quatro inquéritos na Capital
Terça-feira, 29 Setembro de 2020 - 15:59 | Redação

Após a Polícia Civil divulgar nesta segunda-feira (28) que indiciou o médico ginecologista Salvador Lopes de Arruda, 67 anos, em quatro inquéritos por denúncias de assédio e importunação sexual, outras duas vítimas procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), de acordo com a delegada Maira Pacheco Machado que tem conduzido as investigações.
Segundo o depoimento das vítimas, a delegada explicou que houve semelhança na abordagem e uso de praticamente as mesmas palavras para assediar e importunar sexualmente as mulheres. “As duas últimas denúncias foram registradas hoje (29) e vão ser abertas investigações”.
Uma das novas denúncias, refere-se a mais uma paciente do médico na Associação Santa Rita de Cássia que diz ter sido vítima de injúria racial, por estar acima do peso, e importunação sexual. Os crimes teriam sido cometidos em consulta realizada neste ano.
O segundo relato foi de uma profissional da área da saúde que era subordinada ao médico, na Santa Casa de Campo Grande. Ela também foi vítima de assédio sexual.
“Pelos relatos das vítimas é possível notar que ele sempre foi muito depreciativo com as mulheres e entendia essas violências como elogios. Por isso, quanto mais vítimas surgirem, mais a investigação fica robusta e a provável condenação dele será maior”, disse Maira Pacheco.
No caso dos inquéritos relatados ao Ministério Público, são três mulheres que denunciaram o médico pelo crime de assédio e uma por importunação sexual. Em um dos casos, durante a consulta na Associação Santa Rita de Cássia, a paciente ouviu frases pejorativas de cunho sexual e saiu muito abalada. Dentro dessa consulta, o autor deu o número do aplicativo WhatsApp para que ela entrasse em contato no suposto tratamento. Segundo relato da paciente, ele perguntou ainda se queria carona e ainda disse que ela era “maravilhosa”. A vítima registrou a importunação no mês passado na Polícia Civil.
Duas técnicas de enfermagem da Maternidade Candido Mariano também registraram a denúncia. O assédio teria ocorrido durante plantões no hospital onde ele se aproveitava da relação de hierarquia superior para fazer elogios e assediar. De acordo com os relatos, ele deixava clara a intenção dele de manter outro tipo de relacionamento, de caráter sexual. Um caso aconteceu em dezembro de 2019 e outro em janeiro deste ano.
Há também o registro de uma médica que foi residente dele na Santa Casa. Após ser assediada sexualmente, ela se manifestou contra ele e então passou a sofrer o assédio moral no ambiente de trabalho. No depoimento prestado na polícia, a médica relatou que o médico tentava andar de mãos dadas, puxava a mão da médica próxima de sua virilha e ainda encostava o corpo em outras médicas residentes.
De acordo com as delegadas da Deam, o Conselho Regional de Medicina e a direção da Maternidade Cândido Mariano abriram sindicâncias para apurar a conduta do médico. Inclusive no CRM/MS já havia denúncias da mesma natureza registradas no ano de 2013. Em três procedimentos, ele foi absolvido e, atualmente, há duas sindicâncias em curso.
Também há uma denúncia na justiça por violação sexual mediante fraude, ocorrida em 2015, quando ele, supostamente, teria tentado ameaçar a vítima. Neste caso, ele também foi absolvido no CRM.
O médico foi chamado para depor na Deam. Ele se manteve calado durante o interrogatório e se reservou ao direito de falar somente em juízo, mas foi indiciado pelos crimes.
(Reportagem editada às 16h07 para acréscimo de informação)
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