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Unidades da Polícia Militar recebem nomes de policiais mortos em serviço

Foram renomeadas 35 unidades da PM, entre elas o centenário 1º Batalhão, na Capital

Sexta-feira, 04 Setembro de 2020 - 14:30 | Redação


Unidades da Polícia Militar recebem nomes de policiais mortos em serviço
Cabo Andrade e Soldado Marcelle serão homenageados (Fotos: Reprodução)

Há quatro dias, 35 militares mortos em serviço ou que tiveram significativa atuação na Polícia Militar estão eternizados nos nomes de Batalhões, Esquadrão Independente, Companhias Independentes e Unidades Escolas da PM de Mato Grosso do Sul. A denominação histórica foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), desta terça-feira (1º), e é lei sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja, no dia 31 de agosto.

Conforme a Polícia Militar, os nomes foram sugeridos pelos integrantes de cada uma das unidades, os colegas de corporação, como uma forma de valorizar e reconhecer o trabalho do policial que serviu naquele local. Por de trás de cada “substantivo próprio”, vidas, sonhos e memórias deixadas.

 Em Mato Grosso do Sul, a história começou com o 1º Batalhão de Polícia Militar, atualmente com sede no centro de Campo Grande. A unidade mais antiga do Estado, com 103 anos, foi criada após Decreto nº 8 de 2 de junho de 1917, onde o então governador de Mato Grosso, Camilo Soares de Moura, reorganizou a Força Pública do Estado.

Unidades da Polícia Militar recebem nomes de policiais mortos em serviço
1º Batalhão de Polícia Militar no Centro de Campo Grande (Foto: Marco Miatelo)

Com a nova denominação, passou a ser "Batalhão Coronel PM Benedito Campos Couto", chefe de polícia na década de 1970. O oficial foi assassinado por comandar uma investigação sobre homicídio que ocorreu em Terenos (MS), referente à posse de terras naquela região. O nome foi dado ainda na época, durante construção do Comando Geral no Parque dos Poderes, quando ao lado foi construído o 1º BPM.

“Substantivo próprio” – Dentro da morfologia, parte da gramática que estuda as palavras, o substantivo próprio é o nome que individualiza um ser, o distingui dos demais.  Marcelle chama atenção na lista, sendo a única mulher.

Vítima de um acidente fatal, em um passado não tão longínquo como a história do centenário 1º Batalhão, o nome da soldado Marcelle Cristine da Silva Marques, agora é também o do 10º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento de toda região do Anhanduizinho, na Capital.

Unidades da Polícia Militar recebem nomes de policiais mortos em serviço
Marcelle morreu em um acidente na volta para casa, depois do plantão (Foto:Divulgação/PMMS)

Aos 27 anos, na madrugada de 9 de setembro de 2017, Marcelle morreu ao bater o carro contra uma árvore, quando retornava para sua residência após sair de serviço. Dedicada, alegre, companheira, foi assim que os colegas de farda a descreveram na época, inconformados com o misto de saudade e dor que a partida precoce deixou.

De Sorocaba, interior de São Paulo, Marcelle era fisioterapeuta e ingressou no Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, em 2014. Formou-se na polícia em 2015, na cidade de Três Lagoas. Serviu em Ponta Porã até vir para Campo Grande, no 10º BPM, onde atuou na Agência Local de Inteligência (ALI) e na Força Tática.

Sair de casa, sem saber se vai voltar é um risco diário que todo policial está disposto a correr quando escolhe atuar na linha de frente para proteger a sociedade. No caso de Ronaldo Correia de Andrade, ele também teve sua história interrompida, durante a volta do trabalho.

Cabo da PM, Ronaldo foi morto aos 35 anos, depois de ser atropelado por um motorista que furou a preferencial e atingiu a motocicleta pilotada por ele. Com 12 anos de carreira, Andrade entrou na polícia em 2004, na cidade de Jardim. Por lá ele ficou até 2006, quando foi transferido para o 10º Batalhão da PM e permaneceu até setembro de 2013.

Unidades da Polícia Militar recebem nomes de policiais mortos em serviço
Cabo Andrade tinha 12 anos de carreira na Polícia Militar (Foto:Divulgação/PMMS)

Depois disso, o policial foi para o DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Estava lotado na Força Tática do 10°BPM e há menos de uma semana do acidente tinha sido inscrito no Curso de Formação de Cabos. O cabo iria se apresentar no GECAM (Grupamento Especializado com o Apoio de Motocicletas), mas não teve a chance. Deixou esposa, filha e também o sonho de seguir na carreira da polícia.

Assim como todos os homenageados, “por conta dos ótimos serviços e por ser exemplo de policial para a instituição no tempo que permaneceu, foi escolhido para dar nome a unidade”, informou a assessoria de comunicação da PMMS.

“VI - fica denominada a 6ª Companhia Independente de Polícia Militar, com sede em Campo Grande (MS), de "Companhia Independente Cabo PM Ronaldo Correia de Andrade", traz a publicação em Diário Oficial.

Veja a publicação da lei na íntegra, com as denominações, no Diário Oficial do Estado (DOE), desta terça-feira (1º), com a lei. https://www.spdo.ms.gov.br/diariodoe/Index/Download/DO10266_01_09_2020

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