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ABPO defende protagonismo dos produtores no Pacto do Pantanal

Diretor da ABPO defende protagonismo de produtores no pacto pelo Pantanal e destaca necessidade de engajamento local para garantir sustentabilidade e valorização bde produtos locais

Segunda-feira, 30 Junho de 2025 - 17:17 | Redação


ABPO defende protagonismo dos produtores no Pacto do Pantanal
(Foto:Divulgação/Agroagência)

Durante o terceiro dia do Pantanal Tech 2025, realizado em Aquidauana (MS), o empresário rural, diretor da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), Leonardo Leite de Barros, fez um apelo direto aos produtores da região: é hora de assumir o protagonismo e participar ativamente da consolidação do Pacto do Pantanal e de políticas públicas como o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Barros participou do painel “Valorização da Pecuária Pantaneira”, que reuniu especialistas em rastreabilidade, sustentabilidade e desenvolvimento territorial. Na ocasião, ele destacou que iniciativas como o PSA podem ser um diferencial de mercado para os produtos do Pantanal, mas que, para isso, é necessário engajamento local e agilidade nas soluções técnicas.

“Nós pantaneiros temos de abraçar os programas, como o Pacto do Pantanal, porque se não fizermos isso, vamos estar jogando fora a oportunidade da nossa vida”, afirmou Leonardo, que também pontuou o potencial do PSA como ferramenta de marketing. “O PSA vai ser instrumento de valorização do nosso produto. Mas, se não colocarmos isso no rótulo, se não comunicarmos, ninguém vai saber.”

Na avaliação do produtor, o avanço do desenvolvimento sustentável no bioma exige medidas práticas e adequadas à realidade tropical. Entre elas, o desenvolvimento de sementes para pastagens nativas, o que permitiria a restauração e o manejo eficiente das áreas produtivas do Pantanal, com menor impacto ambiental.

“No Pampa gaúcho, eles já avançaram nisso. Precisamos fazer o mesmo aqui. Mas a semente tem que estar disponível, e isso ainda não está escalado. Eu sei que está em andamento, mas tem que correr.”

Outro ponto levantado por Leonardo de Barros foi a ausência de uma metodologia brasileira adaptada ao clima tropical para medir emissões de gases de efeito estufa na pecuária. Ele mencionou iniciativas do pesquisador Urbano Macedo, da Embrapa, como exemplo de estudos aplicados à realidade pantaneira, mas reforçou a urgência de transformar ciência em instrumento de mercado.

“A gente precisa colocar no nosso produto que ele é carbono neutro ou de emissão reduzida. Mas se não existe metodologia tropical reconhecida, vamos continuar ouvindo e sendo medidos por padrões de clima temperado. Cadê a academia?”, questionou.

Leonardo finalizou sua participação reforçando que, embora elogie os avanços do governo estadual com o lançamento do Pacto do Pantanal e do PSA, a efetividade dessas políticas depende da atuação direta dos produtores rurais e da colaboração com universidades, institutos de pesquisa e entidades do setor.

“Política pública, eu tenho que elogiar. Mas nós precisamos participar ativamente para colocar de pé essa questão do PSA. Se não for com o produtor junto, não vai funcionar.”

A mesa foi moderada por Stefano Retore, presidente do Sindicato Rural de Corumbá, e teve ainda a participação de representantes da Embrapa Pantanal, da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS) e da SEMADESC.
 

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