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Presos passam mal durante greve de fome em penitenciária na Capital

Detentos mantêm protesto e familiares permanecem em vigília do lado de fora do presídio

Sexta-feira, 19 Fevereiro de 2021 - 15:32 | Redação


Presos passam mal durante greve de fome em penitenciária na Capital
Familiares dos presos estão em vigília do lado de fora desde que o movimento começou (Foto: Marco Miatelo)

Detentos da Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira em Campo Grande (MS) mantêm nesta sexta-feira, dia 19 de fevereiro, a greve de fome deflagrada no sábado passado, 13. Pela manhã, três internos passaram mal e precisaram ser levados à enfermaria da unidade prisional.

Os presidiários deflagraram o movimento para reivindicar melhor qualidade na comida – que estaria chegando estragada –, atendimento em saúde e melhores acomodações. Segundo os presos, muitas celas não têm colchões.

Do lado de fora, familiares dos internos seguem em vigília permanente. A sexta-feira tem sido movimentada no local. Defensores públicos estiveram verificando a situação entre 10h e 13h. Porém, não deram informações conclusivas às famílias.

Agora à tarde, o juiz Fernando Cury visita a unidade penal. Os familiares estão no aguardo da saída dele para tentar saber mais sobre a situação dentro do presídio. A Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) reforça a segurança no local.

Ainda não há informações precisas sobre o estado de saúde dos presos que passaram mal e precisaram de atendimento na enfermaria.

Segundo advogados que falaram com a equipe do Diário Digital, a manifestação dos internos é pacífica. Eles pedem apenas direitos básicos, afirmam seus defensores.

Há muitas queixas sobre a estrutura do presídio. Foi relatado, por exemplo, que os detentos não tem onde lavar as roupas e não podem estender as peças nas celas.

“Os presos que chegaram por agora são obrigados a ficarem 15 dias com a mesma roupa”, disse a parente de um interno que não será identificada.

O número de presos que participa do movimento não é oficialmente conhecido. Os familiares falam em 500. Porém, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepê) diz que são poucos e que o movimento já estaria praticamente debelado.

Em nota oficial, a Agepê afirma que os detentos são regularmente atendidos. Conforme a agência, o grupo de internos que comanda o movimento queria autorização para privilégios, o que foi negado.

“Desde o último sábado um grupo formado por lideranças passou a recusar as refeições oferecidas, exigindo que sejam autorizadas algumas regalias na penitenciária, entre elas televisores nas celas”, informa a agência.

As famílias negam que televisão nas celas alguma vez tenha feito parte das reivindicações.

A equipe do Diário Digital acompanha a movimentação no presídio.

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