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Pedreiro que confessou sete assassinatos é transferido para presídio

Terça-feira, 26 Maio de 2020 - 16:06 | Redação


O pedreiro Cleber de Souza Carvalho, 43, que confessou sete assassinatos nos últimos cinco anos, foi transferido na tarde desta terça-feira (26) para o Instituto Penal de Campo Grande, no Jardim Noroeste. Na última sexta-feira (22), o advogado de defesa dele havia solicitado a justiça a transferência e protocolado uma denúncia no Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), contra policiais civis e o delegado da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) alegando que o cliente foi vítima de abuso de autoridade e tortura.

O pedido de transferência foi aceitou pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Conforme a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a vaga foi disponibilizada nesta terça-feira (26), às 11 horas e Cleber deu entrada no presídio às 15h30, segundo informações da assessoria.

O pedreiro foi preso na madrugada de 15 de maio, por policiais do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) e era considerado foragido pelo homicídio de José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos. Desde então, Cleber estava custodiado no Cepol (Centro Integrado De Polícia Especializada), no Bairro Tiradentes. Até ser transferido na última sexta-feira (22) para a Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos).

Segundo a defesa de Cleber, a transferência de delegacia seria “mais uma forma da polícia dificultar o acesso da defesa ao assistido”. O advogado Jean Carlos Cabreira de Sousa, afirmou ao Diário Digital que o cliente teria sido coagido a relatar os assassinatos a polícia. “Foi uma colaboração de maneira forçada. Ele (Cleber) me relatou agressões”.

Apesar de não divulgar provas ou detalhes sobre como teriam sido as supostas agressões, a defesa diz que encontrou o cliente “em visível estado de abatimento e fadiga na cela da delegacia, o que impossibilitou o relato de informações sobre os fatos”, afirmou o advogado.

As investigações sobre os sete homicídios que Cleber confessou são conduzidas pelo delegado titular da DEH, Carlos Delano, que ainda não interrogou formalmente o pedreiro já denunciado ao MP pelo assassinato da vítima mais recente, José Leonel.

“A Polícia Civil e a Delegacia de Homicídios informam que suas ações são calcadas na lei e submetem-se ao controle de diversas instituições. Reiteram que todo o procedimento adotado nesta investigação está, como em todos os outros casos, de acordo com a lei e aguarda a apresentação das provas que a defesa do suspeito diz possuir, para prestar esclarecimentos a quem de direito, quando solicitado”, afirmou Delano a reportagem.

Assassinatos em série – As investigações sobre a morte do idoso José Leonel, enterrado no quintal da própria casa, na Vila Nasser, na Capital, foram revelando uma trama de assassinatos brutais e mais seis corpos encontrados em diferentes pontos da cidade, em pouco mais de 24h. Após sua prisão, Cleber passou a confessar os crimes.

Na época, a polícia informou que o desaparecimento de pelo menos 4 vítimas já estava sendo investigado pela DEH e as características em comum entre os casos levaram o pedreiro ao envolvimento com o sumiço.

A polícia não confirma se tratar de um “serial killer”, mas conforme as investigações, a maneira como Cleber escolhia as vítimas, premeditava os crimes, cometia os assassinatos e enterrava os corpos, indica o perfil criminoso.  Os assassinatos ocorreram entre 2015 e 2020.

Família presa- Além de Cleber, a esposa e a filha do pedreiro também foram presas preventivamente acusadas de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel – conforme a denúncia do MP referente a morte do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos.

A Polícia Civil ainda não concluiu o inquérito sobre a morte das outras seis vítimas.

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