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Menopausa precoce e o sonho de ser mãe em meio ao câncer de mama
Especialista alerta que discutir fertilidade antes do início do tratamento ainda é pouco frequente nos consultórios
Domingo, 12 Outubro de 2025 - 18:18 | Redação

Entre o impacto do diagnóstico do câncer de mama e a corrida pelo tratamento, existe uma informação essencial: os tratamentos usados para combater o tumor podem antecipar a menopausa e comprometer a fertilidade. Em meio ao choque da notícia, é comum que o desejo de ser mãe fique em segundo plano e, quando o assunto vem à tona, pode ser tarde demais.
“Muitas vezes o foco fica na doença e no seu tratamento, mas o desejo e a possibilidade de uma gravidez futura também devem ser abordados. Pouco se fala sobre isso no momento do diagnóstico. Mas, se a paciente sonha em ter filhos, é fundamental ter essa conversa com ela. Uma alternativa a ser avaliada é o congelamento de óvulos antes de iniciar a quimioterapia ou outros tratamentos”, afirma Luiz Lucio, diretor médico da Organon. “Esse diálogo é parte do cuidado integral com a mulher. ”
A chamada oncofertilidade, que é a preservação da fertilidade em pacientes com câncer, ganha relevância neste Outubro Rosa, especialmente diante dos avanços recentes no diagnóstico e tratamento da doença. O Ministério da Saúde ampliou o acesso à mamografia para mulheres a partir dos 40 anos, medida que pode favorecer o diagnóstico precoce. O SUS também tem ampliado o acesso a novos medicamentos, como o Trastuzumabe, um medicamento biológico utilizado em determinados tipos de câncer de mama junto à quimioterapia. Pode, por exemplo, ser usado no câncer de mama inicial, antes da cirurgia com o objetivo de reduzir o tumor e facilitar sua remoção.
Os medicamentos biológicos são moléculas complexas desenvolvidas a partir de organismos ou células vivas programadas para produzirem essas moléculas em específico. Até alguns anos atrás, somente os medicamentos originadores estavam disponíveis. Com a chegada dos biossimilares, que são medicamentos muito semelhantes aos originadores com mesmo perfil de segurança e eficácia e, em geral, com menor custo, o acesso das pacientes a terapias de ponta passa a ser ampliado.
Apesar desses avanços, o impacto do tratamento do câncer de mama na fertilidade e uma futura gravidez ainda é frequentemente negligenciado. Segundo o especialista, procedimentos como o congelamento de óvulos antes do início do tratamento do câncer podem ser realizados em alguns casos e em pouco tempo, sem impactar o início da terapia oncológica. “As terapias contra o câncer de mama podem causar uma falência ovariana precoce, mas em alguns casos existem alternativas para preservar os óvulos e manter viva a possibilidade da maternidade”, explica Lucio.
Ele reforça que a conversa sobre fertilidade precisa fazer parte da jornada de cuidados da paciente oncológica desde o diagnóstico. “É hora de incluir a fertilidade feminina nas discussões sobre o câncer de mama. Diagnosticar cedo e tratar adequadamente salva vidas, mas garantir que essas mulheres possam realizar seus projetos de vida, inclusive o de ser mãe, também é parte essencial no tratamento”, conclui.
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