Geral
Livro foi recolhido por conter "expressões impróprias", diz Secretaria
Governador determinou recolhimento imediato dos exemplares, enviados para 75 das 349 escolas
Sexta-feira, 08 Março de 2024 - 15:42 | Redação

A Secretaria Estadual de Educação, SED, justificou por meio de nota o recolhimento da obra "O avesso da pele", do escritor Jeferson Tenório, distribuída pelo Ministério da Educação. A retirada do livro foi determinada pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) após avaliação da SED.
Conforme a secretaria, haverá recolhimento imediato dos exemplares, enviados para 75 das 349 unidades escolares da Rede Estadual de Ensino de MS.
"A medida se dá em função da linguagem utilizada em trechos do referido material, contendo expressões consideradas impróprias para a faixa etária da maioria dos estudantes atendidos pela REE (menores de 18 anos), com o uso de termos e jargões que inviabilizam a utilização pedagógica no ambiente escolar", diz a nota.
Ainda de acordo com a SED, após o recolhimento, os livros serão encaminhados para o acervo da Secretaria de Estado de Educação. Além de MS, outros dois estados, Paraná e Goiás, também determinaram o recolhimento da obra.
O livro - Ambientado em Porto Alegre (RS), "O Avesso da Pele" tem como narrador o jovem Pedro, que acaba de perder o pai, Henrique, assassinado em uma abordagem policial. Logo nas primeiras páginas, Pedro visita pela primeira vez o apartamento do pai e afirma que a partir dos objetos encontrados ali tentará reconstituir sua vida.
Por coincidência, o personagem central do romance é justamente um professor de Literatura que leciona em escolas públicas. Pai e filho são negros que enfrentam diariamente o racismo. Quando foi assassinado a tiros, Henrique voltava para casa distraído e maravilhado com a aula daquele dia - a primeira em que os alunos ouviram atentos.
O autor - O autor do livro vencedor do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Romance, se manifestou em sua rede social logo após a decisão do governo do Paraná. Ele divulgou a cópia do ofício paranaense e escreveu que nenhuma autoridade tem o poder de mandar recolher materiais pedagógicos de uma escola: "é uma atitude inconstitucional. É um ato que fere um dos pilares da democracia que é o direito à cultura e à educação. Não se pode decidir o que os alunos devem ou não ler com uma canetada."
"São atos violentos e que remontam dias sombrios do regime militar. Inaceitável uma atitude antidemocrática como essa em pleno 2024. Não vamos aceitar qualquer tipo de censura", repudiou.
(Com informações da Agência Brasil)
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