Geral
Hidrômetro, o relógio essencial e as suas três faces
Velocimétrico, volumétrico ou digital: entenda o funcionamento do medidor instalado em sua casa
Domingo, 07 Novembro de 2021 - 12:00 | Redação

O primeiro encontro do aposentado Whashington Antonio de Souza Júnior todas as manhãs é com um equipamento essencial que fica no muro do lado de fora de sua residência, o hidrômetro. O dia só começa após a interação com ele.
Com cuidado, o morador abre o registro. A caixa começa a ser reabastecida. Pronto. A rotina doméstica já pode ter início. “Água é essencial para tudo na vida”, observa.
Whashington é morador no Bairro Oiti, em Campo Grande (MS), onde, segundo ele, o abastecimento de água “é perfeito”. “Nunca tivemos problema e fazemos nossa parte contra desperdício. A gente desliga o hidrômetro às 18h e só liga pela manhã.”

O hidrômetro dele foi instalado há cerca de cinco anos. Ele comprou uma tela de proteção que adquiriu junto à concessionária Águas Guariroba.
O equipamento é do tipo analógico e funciona medindo o volume de água que passa pelo relógio, é o chamado “medidor volumétrico.”
A volumétria é só uma das faces dos hidrômetros usados em Campo Grande que tem outras duas: a velocimétrica, também analógica, que calcula a quantidade de água pela velocidade da turbina interna, e a digital.

Quem decide qual deles estará em cada residência é a própria concessionária que investiga o desgaste dos equipamentos e a faixa de consumo para, com base nisso, escolher o mais adequado para o cliente.
A Capital tem cerca de 300 mil ligações de água. Por enquanto, apenas em 10% delas, o hidrômetro é digital. O equipamento é reservado a clientes que tenham consumo superior a 30 mil litros de água por mês.
Laboratório de Hidrômetros - Em busca de compreender as diferenças entre os tipos desse equipamento tão importante, o Diário Digital visitou o Laboratório de Hidrômetros da Águas Guariroba, localizado na ETA Guariroba, no Bairro Maria Aparecida Pedrossian.

Dentro do local, as bancadas estão cheias dos equipamentos. Eles chegam das fábricas aferidos, com os lacres do Imnetro e mesmo assim, só serão instalados nas casas dos clientes após testagem da concessionária, tanto os analógicos quanto digitais.
Neste mesmo endereço é verificada a calibração dos hidrômetros quando clientes solicitam por desconfiarem de que o relógio está registrando mais água do que o volume consumido.
Em casos como este, o hidrômetro é retirado na presença do cliente, lacrado com protocolo (que é entregue ao cliente) e enviado ao laboratório. Enquanto isso, um novo hidrômetro é instalado no lugar.

Por mês, cerca de 300 testes na bancada são realizados no laboratório, todos acompanhados por um técnico do Inmetro.
O cliente também pode acompanhar os testes se quiser. Em até cinco dias, o Inmetro disponibiliza um laudo dizendo se aquele aparelho está “aprovado” ou “reprovado”.
Essa aferição tem um custo: R$ 43,00. Se o hidrômetro for aprovado pelo Inmetro, ainda haverá o valor de R$ 270,00 a ser cobrado do cliente pela substituição do aparelho. E em caso de reprovação, não há custo pela troca.

Segundo a Águas, as reprovações são raras. No caso dos digitais, a aprovação é de 99% dos casos verificados.
Durabilidade - Como já foi citado, os hidrômetros se dividem em dois tipos: os analógicos (volumétricos ou
velocimétricos) que têm funcionamento mecânico e os digitais.
A vida útil de um hidrômetro analógico não é medida pelo tempo que ele está instalado e sim pelo volume de água acumulado.

Mas, de fato, tempo e volume tem muito a ver. O analista em hidrometria Valdir Lima dos Santos desvenda tal questão usando como exemplo os pneus de um carro.
"Se você usa seu carro todo dia percorrendo pequenas distâncias, ele vai levar menos tempo para desgastar do que alguém que roda distâncias maiores. O pneu deste último vai necessitar de troca mais rápido", compara.
"Dessa forma, os imóveis que consomem mais água terão que trocar os hidrômetros mais rápido", completa.

A troca dos hidrômetros analógicos é feita pela concessionária quando o aparelho chega a marca dos 1.200 metros cúbicos acumulados, neste ponto são substituídos sem custos para o morador.
Vale mencionar que os equipamentos analógicos têm imãs que transmitem para a relojoaria as informações sobre o volume ou velocidade da água nas turbinas conforme o modelo do aparelho.
Já o digital é movido a bateria. Ele só é trocado quando a bateria esgota, o que pode levar de 12 a 14 anos, em média. O aparelho digital não tem engrenagem. Então, não existe desgaste em relação à passagem da água como nos analógicos.

O digital é, inclusive, considerado mais preciso nas medições. Também nas aferições, é possível obter uma precisão maior.
Vazamentos -- Os clientes podem descobrir vazamentos nos imóveis observando sinais nos próprios aparelhos. No caso dos analógicos, se o morador fechar a caixa d´água e todas as toneiras e mesmo assim o sensor de fluxo de água -- que é aquela borboletinha que fica girando -- não parar é porque há vazamentos.
Uma situação que chega com muita frequência ao laboratório é a queixa de famílias que viajam e deixam a casa fechada e sozinha. Teoricamente, essa mudança de rotina deveria representar redução na conta de água. Contudo, quando os moradores retornam e descobrem que o valor não abaixou, isso é um caso clássico de vazamentos não identificados.

Por isso, uma sugestão é instalar um registro na parte de dentro de casa. Isso porque ao viajar a família só fecha o registro do lado de fora. Porém, se o material estiver desgastado, mesmo com o registro fechado, pode passar fluxo de água e, se houver vazamento, vai continuar vazando.
Já se o hidrômetro for digital, o morador deve ficar atento ao sinal de mais (+) que aparece na parte inferior da tela. Se ele continar aparecendo quando todas as torneiras estão fechadas, isso pode indicar vazamento.
"Uma dica para saber onde o vazamento está: se eu fechar a caixa d´água e o sinal de mais continuar é porque tem vazamento entre o hidrômetro e a caixa. Se eu fechar a caixa e ele sumir é porque o vazamento é depois da caixa", informa Valdir Lima.

O aparelho também dá outros sinais de que algo precisa ser verificado tais como o aparecimento na tela de um A5 (alarme de vazamento) ou A3 (ar na medição). Além da maior precisão, o equipamento digital é mais resistente às fraudes, por ser blindado.
Submedição - Os casos constatados de submedição são muito comuns. Eles podem ser descobertos quando da substituição do hidrômetro antigo por um novo.
Como já foi mencionado o aparelho analógico é trocado quando atinge o limite de 1200 metros cúbicos. Pode acontecer de a próxima conta vir mais alta ou até muito mais alta por causa da submedição.

Isso porque o aparelho antigo estava tão desgastado que o sensor de fluxo de água não captava a passagem do líquido corretamente deixando de 'perceber' parte dele.
Já o equipamento novo e devidamente calibrado passa a captar todos os fluxos, mesmo os menos intensos. O mesmo acontecerá com a chegada de um hidrômetro digital em lugar do antigo e desgastado analógico. O digital não descalibra nunca, ele é preciso da primeira a última medição, até a bateria acabar.
Leitura - A leitura dos hidrômetros é algo simples de entender. Nos analógicos, tanto para efeito de leitura do consumo quanto para o faturamento da empresa, são contabilizados apenas os dígitos pretos, que registram os metros cúbicos consumidos.

Os dígitos vermelhos registram unidade, dezena e centena e são lidos apenas quando são feitos os testes em bancada com o Inmetro para verificar a calibração do aparelho.
Nos medidores digitais, basta ver a sequência numérica que aparece na tela, considerando os três primeiros dígitos.
Como já foi mencionado nesta matéria, outras informações importantes também são fornecidas pelos hidrômetros digitais: cano vazio, fluxo reverso, vazamentos, previsão de até quando a bateria vai durar e outras.
Aprenda a fazer a leitura na ilustração abaixo:

Dicas preciosas para cuidar do seu hidrômetro:
1 - Mantenha os lacres intactos.
2 - Não deixe exposto ao sol forte, isso causa ressecamento.
3 - Evite ficar manipulando o registro com frequencia, isso também gera desgaste.
4 - Evite que crianças ou outras pessoas mexam no hidrômetro.
5 - O acesso a ele deve estar sempre livre para facilitar o trabalho do leiturista.
6 - O hidrômetro deve ser sempre mantido na posição plana (não inclinado), para não provocar desgaste prematuro.

Mais sugestões de teste de vazamento:
1 – Quando todos forem dormir, determine um horário para usar a água pela última vez. Por exemplo: 23h;
2 – Anote os números que aparecem no Hidrômetro e mantenha o registro aberto;
3 – No dia seguinte, verifique se os números são iguais aos que você anotou na noite anterior. Se sim, isso significa que não há vazamentos. Se identificar números diferentes, pode sim haver algum problema;
4 – Outra possibilidade é observar se a “borboletinha” do Hidrômetro continua se movimentando mesmo com o relógio fechado.
Serviço - Para tirar dúvidas e obter mais informações, entre em contato pelo 0800 642 0115 (telefones fixos) ou 115.
ETA Guariroba - Confira abaixo galeria de imagens da ETA Guariroba que mantém um museu de hidrômetros na entrada do laboratório. Neste mesmo endereço, fica a estação que trata 80% da água de Campo Grande.
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