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Hacker acusado de ajudar milícia em morte de filho de PM é solto

Sexta-feira, 29 Maio de 2020 - 17:47 | Redação


No segundo dia de audiências para ouvir as testemunhas de defesa sobre a execução por engano do estudante, Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, revogou nesta sexta-feira (29) a prisão preventiva de Eurico dos Santos Mota, apontado pela Operação Omertà como o hacker contratado para rastrear e repassar informações sobre a rotina do capitão Paulo Roberto Teixeira Xavier à milícia armada.

A defesa havia entrado com o pedido de liberdade alegando que são poucos os indícios de participação dele no crime. Hoje, a solicitação foi aceita pelo juiz e Eurico vai deixar o presídio de Coxim (MS).

Ele foi preso em Joinville (SC) em novembro do ano passado em cumprimento a mandado de prisão decretado pela Omertà. O hacker foi ouvido pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) durante as investigações de execuções em Campo Grande, meses antes da operação ser deflagrada.

Conforme o depoimento a polícia, ele contou que foi procurado por José Moreira Freires, o Zezinho, e Juanil Miranda Lima, pistoleiros da milícia, foragidos e considerados um dos criminosos mais procurados do país. O trabalho de Eurico seria levantar “em tempo real, por meio de atividades de informática (hackeamento), a localização (rastreamento) de Paulo Roberto Xavier, que era o alvo da organização criminosa”, segundo o processo.

Engano - Matheus Xavier foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril do ano passado, quando manobrava o carro do pai, o capitão da PM aposentado Paulo Roberto Xavier, na frente de casa, no Bairro Jardim Bela Vista.  Conforme a denúncia do Ministério Público (MP-MS), o jovem não era o alvo do atirador, ele foi morto por engano no lugar do pai, a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho, supostos líderes de uma milícia armada.

Do Rio Grande do Norte, no Presídio Federal de Mossoró, Jamil Name Filho, o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o “Vlad”, o ex-guarda municipal Marcelo Rios acompanharam os depoimentos de testemunhas nos últimos dois dias. O empresário Jamil Name foi colocado e uma sala separada da penitenciária como medida de segurança por conta do novo coronavírus e também pode acompanhar os depoimentos.   Em Mato Grosso do Sul, Eurico esteve ao lado do advogado durante videoconferência, em Coxim.

Ontem (28) foram ouvidas duas testemunhas de acusação e o restante dos depoimentos foram da defesa de cinco dos sete réus. Nesta sexta-feira (29), a audiência terminou mais cedo, foram ouvidas duas testemunhas no período da manhã e três a tarde.

As primeiras audiências sobre o caso foram realizadas nos dias 2 e 3 de março deste ano em que delegados e policiais da força-tarefa que fazem parte da Operação Omertà e outras testemunhas-chaves de acusação, como a esposa de Marcelo Rios e o pai de Matheus, foram ouvidas.

O interrogatório dos réus ficou marcado para o dia 23 de junho.  Finalizada a fase dos depoimentos, há um prezo para as alegações finais, da defesa e acusação. Em seguida, o magistrado irá decidir se os réus vão ser submetidos ao tribunal do júri, como quer a acusação.

 

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