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Forte Coimbra celebra 250 anos e terá obras de restauração
Marco histórico do Brasil e de Mato Grosso do Sul passará por revitalização para preservação cultural
Terça-feira, 23 Setembro de 2025 - 12:17 | Redação

Um dos marcos históricos de Mato Grosso do Sul, o Forte Coimbra, localizado no Pantanal, completou 250 anos e passará por restauração com apoio do Governo do Estado.
Durante a celebração no sábado (20), foi lançada a pedra fundamental da obra, orçada em R$ 19 milhões, para garantir a preservação da memória e da importância do monumento.
O governador Eduardo Riedel, o ministro da Defesa, José Múcio, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o comandante do CMO (Comando Militar do Oeste), general Alcides de Faria, participaram da solenidade militar realizada na base do Forte, na região do Nabileque, em Corumbá.
“Eu estive no Forte Coimbra para conhecer um pouco de toda a história, a gente não pode esquecer, em momento algum da nossa origem, formação, de onde viemos. A gente vive um Estado em pleno desenvolvimento, com talvez os menores índices de desocupação do país, com crescimento de PIB acelerado, e empresas que estão vindo para o Mato Grosso do Sul. Passamos por uma transformação, no eixo de segurança alimentar e de transição energética, e temos na sustentabilidade o grande ativo dessa transformação. E quando associamos sustentabilidade com a nossa história, que é um ativo imaterial, eu não tenho dúvida nenhuma que aqui tem um ativo com potencial fantástico”, destacou Riedel.
Importante para a história do Brasil, o Forte Coimbra é um marco da engenharia militar nacional e desempenhou papel estratégico na defesa do território durante a definição de limites entre Portugal e Espanha.
"A melhor forma de nós projetarmos o futuro é conhecermos a nossa história, respeitarmos os nossos heróis, ter conhecimento de quanto foi difícil a luta por eles. Hoje é difícil chegar aqui, imagine naquela época cuidar das nossas fronteiras. Eu estou assim, extremamente orgulhoso. Eu parabenizo as Forças Armadas por cuidarem das nossas fronteiras, nós temos muito que lutar por uma sociedade melhor, por um país mais justo, para que nossos filhos possam viver com mais dignidade. Eu conversei com o governador (Eduardo Riedel) e ele está entusiasmado em participar, e tem o acesso que também vai continuar pelo Pantanal, que está com metade pronta. Mas o importante é que cada um cuide da sua parte para que nós possamos fazer um projeto único que sirva o povo do Mato Grosso do Sul, que sirva o país e que sirva as futuras gerações", disse José Múcio, ministro da Defesa.
Construído em 1775, às margens do Rio Paraguai, próximo à tríplice fronteira com a Bolívia e o Paraguai, o Forte foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1974.

“Com esta celebração dos 250 anos do Forte, damos um exemplo para o Brasil de como a gente integra a sociedade, com o Estado e o Exército Brasileiro. Com respeito, continuidade e comprometimento, para preservar esse patrimônio, valorizar a cultura para que as pessoas possam visitar e ver o que aconteceu no passado e como isso foi importante para a integração no Brasil. É uma aula de história e cidadania, com tolerância, respeito, integração”, afirmou o general Tomás Paiva, comandante do Exército.
Ao longo de sua trajetória, a fortaleza esteve presente em conflitos como a Guerra da Tríplice Aliança (1864) e se consolidou como base de apoio em operações das Forças Armadas, no combate a ilícitos fronteiriços e na proteção do Pantanal, incluindo ações de prevenção e combate a incêndios.
O Exército mantém guarnição permanente no local, onde também existe uma vila de moradores devotos de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Forte, cuja festa é celebrada em 16 de julho, uma das mais antigas tradições religiosas do Estado.
Com a restauração, o monumento estará apto a pleitear o título de Patrimônio Mundial da Unesco, fortalecendo seu valor histórico, cultural e estratégico.
“Estamos com o Governo do Estado nos apoiando. A intenção é que o Forte se torne efetivamente um patrimônio mundial”, disse o general Alcides de Faria Júnior, comandante do CMO.
Também participaram da cerimônia o vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha), os secretários estaduais Antonio Carlos Videira (Sejusp), Jaime Verruck (Semadesc) e Marcelo Miranda (Setesc), além do presidente do TJMS, desembargador Dorival Pavan, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro, e autoridades militares.
As comemorações começaram na sexta-feira (19), em Corumbá, com um concerto da banda do CMO na UFMS. No sábado (20), uma solenidade militar marcou o encerramento da programação, com show do cantor sul-mato-grossense Almir Sater às margens do Rio Paraguai.
Restauração
O Governo do Estado é parceiro da iniciativa garantindo o acesso terrestre ao Forte por meio da implantação da MS-454, investimento de R$ 40 milhões que também visa fomentar o turismo sustentável, valorizar a história e reforçar a imagem de Mato Grosso do Sul no cenário internacional.
“Nós, enquanto poderes constituídos e responsáveis pela condução do Estado, temos obrigação de viabilizar, restaurar o Forte e potencializar para o Brasil e o mundo. A nossa história é importante para o país e para o Mato Grosso do Sul. Fico muito emocionado de estar no Pantanal, e por toda a celebração pelos 250 anos de Forte Coimbra, e a revitalização. E convido a iniciativa privada a participar desse processo, porque é um monumento que certamente vai ser reconhecido pela Unesco, o processo já está avançado, é uma referência global para a história da América do Sul. O Exército Brasileiro tem sido um grande parceiro, no processo como um todo de elaboração do projeto, da empresa que está assessorando, que fez o projeto de revitalização e restauração. Então, é um patrimônio do Brasil que o Exército tem um carinho enorme por ele e nós também. A parceria é mais do que natural e nós seguimos firmes para viabilizar essa restauração e a valorização desse ativo histórico que o Mato Grosso do Sul detém", afirmou Riedel.
A obra será executada pelo Iphan em parceria com o CMO e a APPA (Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes), responsável pela captação de recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
História
A construção do Forte teve início em 1775, quando o capitão Matias Ribeiro da Costa foi designado para erguer uma fortificação que assegurasse a presença portuguesa na região e contivesse o avanço espanhol.
Inicialmente simples, feita de troncos de carandá e coberta de palha, a estrutura foi ampliada em 1797, sob comando do tenente-coronel Ricardo Franco de Almeida Serra, que projetou um modelo em pedra e cal, adaptado ao relevo do rio Paraguai.
Em 1801, durante a guerra entre Portugal e Espanha, Ricardo Franco resistiu com cerca de 50 soldados e 60 civis a um cerco de nove dias contra quatro navios espanhóis com aproximadamente 900 homens, consolidando a relevância estratégica do Forte.
Décadas depois, em 1864, a fortificação foi atacada por tropas paraguaias na Guerra da Tríplice Aliança. Com cerca de 150 militares, 20 indígenas aliados e famílias residentes, a resistência garantiu a sobrevivência de todos. A devoção a Nossa Senhora do Carmo, simbolizada por uma imagem erguida durante o conflito, fortaleceu a fé da comunidade local.
O Forte permaneceu sob domínio paraguaio por quatro anos e foi reconstruído em 1868 pelos brasileiros, mantendo a configuração que permanece até hoje.
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