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Escolas particulares buscam alternativas para evitar fechamento
Terça-feira, 19 Maio de 2020 - 16:09 | Redação
Um dos setores mais impactados pela pandemia do coronavírus foi a educação. Há praticamente dois meses, diretores, professores, alunos e pais vivem uma situação atípica. Aulas foram suspensas bruscamente, escolas fechadas, o planejamento pedagógico anual repensado, o ensino, que antes era oferecido de forma presencial, foi migrado para as plataformas digitais, os professores precisaram de desenvoltura, criatividade e habilidades para lidar com câmeras e gravações, diretores fazem cálculos para administrar as contas e tentarem manter as instituições em funcionamento.
“Tudo mudou. A rotina da escola é outra. Foram necessários novos equipamentos e ferramentas para que o ensino seja entregue de alguma maneira aos nossos alunos. Além disso, professores não foram treinados para isso durante a formação pedagógica. Gestores das escolas também não estavam preparados para tudo isso que está acontecendo. A gente tem que organizar, aprender e executar ao mesmo tempo. Isso torna tudo muito difícil”, desabafa o vice-presidente da Associação das Instituições de Ensino Privado de Campo Grande, Gabriel Mazzocco.
A Associação, inclusive, vai se reunir nesta quarta-feira, 20 de Maio, com membros do Ministério Público para discutir o assunto. A entidade foi formada há pouco menos de um mês, com a participação de 40 representantes de instituições particulares de médio e pequeno porte da Capital. Essa foi a maneira encontrada de ganharem representatividade aos órgãos públicos como Procon, Ministério Público e Prefeitura, assim estarem bem informados, participarem das decisões e terem condições de agirem de forma mais clara, segura e rápida para o andamento de toda esta situação de pandemia. Inclusive na possibilidade de retorno das aulas presenciais.
Situação financeira - A associação participou de todas as reuniões com o Ministério Público e Procon para o fechamento de um acordo sobre os valores das mensalidades escolares. A associação concordou, desde o primeiro momento, com a redução das mensalidades em até 25% conforme a faixa etária dos alunos e enquanto a situação estiver assim, aulas a distância. “Antes mesmo deste acordo com os órgãos públicos, as escolas particulares de pequeno e médio porte já tinham concedido um abatimento nas mensalidades porque entenderam que seria justo e necessário para a manutenção das escolas”, afirmou Clésio Aderno da Silva, tesoureiro da associação.
Desde o início da suspensão das aulas, três fatores tem provocado um risco às finanças: o cancelamento de contratos, inadimplência e descontos impostos pelos órgãos públicos. “A soma destes três fatores coloca em risco a sobrevida das instituições particulares, e principalmente das pequenas e médias. E algo importante de destacar para que as pessoas entendam: se não fossem o índice de inadimplência e os cancelamentos, seria muito tranquilo as escolas repassarem os descontos”, complementa Gabriel.
“Temos uma situação de uma escola em que a inadimplência está em 44% e o desconto oferecido às mensalidades é de 25%. Somando estas reduções no orçamento, o diretor não consegue arcar com a folha de pagamento dos funcionários. Nossa preocupação é de que a pandemia vai passar, nós vamos sobreviver a ela, mas algumas instituições não. Algumas escolas vão fechar as portas”, argumenta Clésio, que acrescenta a necessidade da liberação de crédito com juros baixos, prazos estendidos e carência para o início do pagamento por parte das instituições financeiras para os estabelecimentos de ensino privado.
Retorno às aulas - A Associação das Instituições de Ensino Privado de Campo Grande está organizada e participativa para minimizar todos os impactos provocados pela pandemia, tanto que articula um planejamento para o possível retorno às aulas. Os representantes se anteciparam e contrataram uma empresa especializada para a elaboração de um plano de biossegurança com todas as medidas para a prevenção e eliminação de possíveis riscos de contaminação para a saúde de quem frequenta as escolas.
O plano de biossegurança já foi encaminhado à Prefeitura de Campo Grande e ao Ministério Público, e após a apreciação de cada um deles a associação deverá se posicionar sobre o retorno as aulas e as regras de segurança a serem adotadas. “Nós temos interesse em voltar as nossas atividades escolares, mas desde que seja um retorno seguro a todos”, finaliza Clésio.
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