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Em 5 meses, cerca 18 mil crianças e adolescentes foram atendidos com problemas psicológicos na Capital
Psicóloga Aline Pereira Rocha Goulart, especialista em saúde do adolescente, afirma que o acesso precoce das redes sociais é um fator determinante para o aumentos dos casos
Sexta-feira, 06 Junho de 2025 - 10:50 | Emanuely Lobo

Nos primeiros cinco meses de 2025, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) registrou 18.963 atendimentos ao público infantojuvenil no Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil III (CAPS III), em Campo Grande. Número expressivo assustada profissionais da área da psicologia.
Esse resultado reflete a expansão da rede pública municipal ao longo de 2024, com destaque para a criação do Paesca (Programa de Atendimento Especializado em Crianças e Adolescentes), lançado em junho daquele ano. O programa foi desenvolvido para atender crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, especialmente os que são vítimas de violência e manifestam sofrimento psíquico intenso, como casos de automutilação e tentativas de suicídio.
Além disso, outras iniciativas foram implementadas com foco nesse público, como o Mutirão da Saúde, realizado em março de 2025, que possibilitou a reavaliação e reclassificação de mais de mil crianças e adolescentes que estavam na fila de espera por atendimento psicossocial na Capital.
Desafios silenciosos
Em entrevista, a psicóloga Aline Pereira Rocha Goulart, especialista em saúde do adolescente e em gestão escolar, destacou os novos desafios enfrentados pelas gerações Z e Alpha (nascidos entre 1997 e 2025) diante do acesso precoce e ampliado a ambientes virtuais. “As ações de um indivíduo são determinadas pelo momento sócio-histórico em que sua geração está inserida. Como as gerações Z e Alpha lidam com desafios virtuais, midiáticos e sociais cada vez mais complexos, cresce também a necessidade de cuidados com a saúde mental”, afirmou.

A profissional alerta país e responsáveis sobre os sinais silenciosos que crianças e adolescentes podem apresentar quando estão enfrentando dificuldades emocionais. Entre eles, mudanças comportamentais como isolamento, irritabilidade e agressividade devem ser observadas com atenção. “Quando essas alterações persistem, é fundamental que a criança ou adolescente seja encaminhado a um profissional da saúde mental”, orienta.
Aline também reforça o papel essencial da rede de apoio no processo de cuidado. “É preciso ter sempre em mente que o acolhimento e o diálogo constante e aberto, por parte daqueles que convivem com a criança ou o adolescente, são ferramentas fundamentais para o manejo da situação”, finaliza. Em Campo Grande, pais e responsáveis que buscam atendimento psicossocial para crianças e adolescentes podem recorrer aos seguintes serviços da rede pública:
CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil)
Unidade especializada no atendimento a crianças e adolescentes de 0 a 17 anos com transtornos mentais graves e persistentes. A equipe é composta por profissionais de diversas áreas da saúde mental, garantindo um acompanhamento multiprofissional e contínuo.
PAESCA (Programa de Atendimento Especializado em Crianças e Adolescentes)
Funciona no Ambulatório de Saúde Mental do CEM (Centro de Especialidades Médicas). O programa é direcionado a crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, especialmente aqueles que são vítimas de violência, ou que apresentam sofrimento psíquico intenso, como automutilação e tentativas de suicídio. Para acessar o Paesca, é necessário encaminhamento via Unidades de Saúde da Família (USF) ou por meio de assistência social, conselho tutelar ou rede escolar.
Psicóloga Aline Pereira Rocha Goulart, especialista em saúde do adolescente, afirma que o acesso precoce das redes sociais é um fator determinante para o aumentos dos casos
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