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Cunhado e enfermeiro de Marielly são condenados 11 anos após crime
Julgamento da morte de Marielly após aborto malsucedido durou cerca de 11 horas em Sidrolândia
Sexta-feira, 16 Setembro de 2022 - 08:36 | Victória de Oliveira

Hugleice da Silva e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes foram condenados a mais de quatro anos de reclusão pelo aborto malsucedido que resultou na morte da estudante Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos na época, e pela ocultação do cadáver dela, abandonado friamente em canavial entre Sidrolândia (MS) e Campo Grande (MS). O caso ocorreu em 2011 e os autores foram julgados apenas nesta quinta-feira, 15 de setembro, 11 anos após o crime.
O julgamento iniciou por volta das 9h30 no Fórum de Sidrolândia, cidade onde Marielly morreu após hemorragia. O primeiro a chegar foi Jodimar, acompanhado da mãe. Durante a sessão de júri, que durou cerca de 11h, o enfermeiro permaneceu em silêncio, aparentemente nervoso. Falou apenas durante depoimento de 1h, onde chorou e negou todas as acusações. Ao todo, foi condenado a cinco anos e três meses de reclusão.
Jodimar chegou ao julgamento acompanhado da mãe - (Vídeo: Vinícius Souza)
Uma das depoentes, que é vizinha e que trabalhava com o enfermeiro, Luzimara Medeiros do Amaral afirmou que no dia 21 de maio de 2011, data do desaparecimento de Marielly, presenciou um casal na frente da casa de Jodimar. "Eles ficaram um tempo conversar. Era uma moça morena clara com o rosto bonito, cabelos cumpridos e usava aparelho", lembra. De acordo com ela, o rapaz que estava na caminhonete era compatível com características do Hugleice.
Após a chegada de Jodimar, Hugleice compareceu ao júri escoltado pela Polícia Militar. O condenado era cunhado de Marielly, casado com a irmã da vítima na época, Mayara Barbosa. As investigações da Polícia Civil realizadas após o crime apontaram que o homem e a cunhada tiveram um caso, cujo culminou na gravidez da vítima.
Hugleice escoltado pela Polícia - (Vídeo: Vinícius Souza)
Em depoimento, o cunhado da vítima contou que no dia do crime a família tinha almoçado junto e pela tarde a jovem teria ligado para ele dizendo que estava sozinha e que era para os dois se encontrarem próximo ao aeroporto da Capital. Em seguida, seguiram para o interior onde o aborto aconteceu.

Durantes as investigações, laudos mostram cerca de 30 ligações por dia do Hugleice pra vítima. E, um dia antes do crime, ele ligou 16 vezes pra Marielly.
O caso - Para cessar a gravidez de Marielly e Hugleice optaram pelo aborto do feto. a época, Hugleice procurou o enfermeiro Jodimar para que realizasse o procedimento. Conforme denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o ex-cunhado pagou R$ 500 na época para que o enfermeiro fazer o aborto. O procedimento deu errado. Marielly sofreu forte hemorragia e morreu.
Os homens colocaram a estudante em uma caminhonete e abandonaram o corpo em um canavial. Ambos não foram presos e Hugleice se mudou para o estado de Mato Grosso (MT) juntamente com a esposa e a mãe da vítima.
Tentativa de homicídio - Mesmo condenado a pena mínima, assim como previa o advogado de defesa de Hugleice, José Roberto da Rosa, o ex-cunhado de Marielly deve permanecer mais tempo em reclusão. A chegada escoltada pela Polícia Militar se dá porque o homem atualmente cumpre pena de 12 anos e dois meses pela tentativa de homicídio da ex-esposa e irmã da vítima, em 2018.
O crime ocorreu na cidade de Rondonópolis onde o casal morava, após Hugleice encontrar mensagens de Mayara com um vizinho que denotava um relacionamento extraconjugal entre os dois.
Fugiu para Ponta Porã, mas no dia 23 de novembro foi preso pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no quilômetro 267, da BR-163, quando chegava em Dourados. Mayara foi atingida por uma facada no pescoço e levou pontos, ela recebeu alta do hospital no dia 21 de novembro.
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