Abril Azul: loja trabalha com brinquedos estimulantes ao desenvolvimento de crianças com autismo

Instituído pela Organização das Nações Unidas(ONU), o Abril Azul é uma forma de conscientizar as pessoas sobre o autismo. Pensando em atender esse público, e crianças em geral, a Casa Lúdica inaugurada neste mês em Campo Grande, conta com uma variedade de brinquedos educacionais, pedagógicos, jogos desafios e instrumentos musicais.

Formada em Nutrição Oncológica e mãe do Pedro, Daniela Nogueira sempre buscou empreender em algum segmento em que pudesse trabalhar e atender pessoas. A proprietária da Casa Lúdica, conta que foi paixão a primeira vista quando conheceu a franquia, por causa dos brinquedos e objetos que é um sucesso não só com a criançada, mas que divertem e entretém até adultos.

"Eu que tive uma infância criada no interior, com brincadeiras na rua, esses brinquedos remetem muito a esse tempo.  Nada de eletrônicos ou com pilhas, são brinquedos de madeira, que despertam o nosso interesse e desenvolvem o raciocínio", destacou a empresária.

Inaugurada no dia 15 de abril, Daniela compartilhou com a reportagem que a loja tem sido um sucesso na Capital. "Em 12 dias de funcionamento, já preciso reabastecer meu estoque". Com atrativos para todos as idades a loja tem pensado com carinho em atender o público com autismo e na inclusão social.

Os pais que chegam na loja com filhos autistas, é necessário um atendimento mais especializado, com um diálogo um pouco mais paciente e prestativo. Conforme explicou a atendente Maria Eduarda.

"Temos a brinquedoteca, onde os pais podem deixar seus filhos enquanto escolhem os brinquedos na loja. Já atendi crianças com autismo que ficaram entretidos com os brinquedos durante permanência dos pais na loja, percebi que esses tipo de brinquedos chamam a atenção deles", comenta.

Casa Lúdica - recém inaugurada, a loja atende na rua Bahia, 1747 - Monte Castelo. Ligada a inclusão social, a loja trabalha com brinquedos educativos, instrumentos musicais, playgrounds e mobiliários, materiais pedagógicos, jogos e desafios, espumados Babys. Os brinquedos lúdicos buscam despertar a criação e raciocínio dos pequenos, coordenação motora, equilíbrio, dentre outros benefícios.  Ficou curioso da uma clicada no perfil deles no Instagram @casalúdicacampogrande 

Vale ressaltar que a loja atende com artigos não só para o público TEA (Transtorno do Espectro Autista), como também para crianças em geral e até adultos que planejam um dia de brincadeiras e jogos com as crianças em casa. Afinal, brincar é para a vida toda!

TEA- para falar mais sobre esse assunto o Diário Digital, conversou com a Psicóloga e Especialista em Terapia Comportamental, Gisele Rosa, a qual explicou que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento que acomete muitas crianças, e alguns dos prejuízos maiores estão relacionados ao desenvolvimento de habilidades de comunicação e interação social. 

“Felizmente, existem programas e treinamentos que são capazes de trabalhar esses déficits e colaborar consideravelmente com o desenvolvimento dessas crianças, e a gente precisa falar do recurso mais disponível à todos os familiares e cuidadores de crianças TEA, que é o brincar”, destacou.

A psicóloga ainda pontua que é fundamental considerar que o brincar é muito possível com autistas e que inclusive, facilita significativamente o estabelecimento de uma boa relação com seus familiares. Isto porque, esse momento estimula, por meio de uma interação divertida e prazerosa, a aproximação entre a criança e a família, potencializando que ela aprenda a estar sob controle de estímulos emitidos pelos familiares, professores, profissionais, etc.

“Usar por exemplo de entonações e expressões diferentes se torna uma ferramenta que facilita o brincar com a criança TEA, bem como, observar o ritmo da criança e aceitar brincar ou jogar no seu tempo, para que depois, ela, possivelmente, compreenda o seu”, enfatiza.

Sobre o Abril Azul, a psicóloga destaca que ter um mês, um tempo e uma campanha voltados para o Transtorno do Espectro Autista é dar visibilidade a uma causa que representa inúmeras crianças, adolescentes e suas famílias.

“Na minha experiência com familiares de crianças e adolescentes com autismo, pude constatar o quanto esse público ainda sofre com a falta de compreensão, aceitação e repertório comportamental da sociedade para lidar com esses sujeitos”.

Conforme explica ainda, as famílias se sentem incompreendidas e/ou julgadas por expectativas alheias ou pelas próprias em relação aos seus filhos.

“Que por meio destes espaços, nós possamos contribuir para que a vida destes indivíduos se torne mais leve! Seja através de informação, do debate, ou de outros tipos de instrumentos que acendam a problematização deste tema”, finalizou a psicóloga.