Educação
Mais crianças ficaram internadas por acidentes domésticos, aponta pesquisa da UFMS
Número de acidentes domésticos subiu durante o período de isolamento, em 2020
Segunda-feira, 27 Junho de 2022 - 13:56 | victoria oliveira

Entre janeiro e outubro de 2020, o número de crianças internadas por acidente doméstico aumentou 70% em relação ao mesmo período de 2019. É o que indicam os dados preliminares de um estudo realizado por pesquisadoras do Instituto Integrado de Saúde (Inisa) da UFMS junto a três hospitais de Campo Grande e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com a coordenadora do projeto, Maria Angélica Marcheti os objetivos da pesquisa são: analisar a incidência de acidentes infantis no estado de Mato Grosso do Sul no período de isolamento social causado pela pandemia; comparar a ocorrência de acidentes em crianças em período de isolamento social causado pela pandemia com anos anteriores; e identificar a divulgação de notícias em veículos de informação acerca de acidentes na infância ocorridos no período de isolamento social.
Entre as ações da pesquisa estão: levantamento das hospitalizações infantis causadas por acidentes em crianças, no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh), no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) e no Hospital Santa Casa de Campo Grande; dos atendimentos às crianças vítimas de acidentes realizados pelo Samu e de reportagens divulgadas em mídia on line.
"Em decorrência da necessidade de isolamento social e o consequente fechamento das escolas e dos centros educacionais infantis, as crianças permaneceram o tempo todo em suas casas. As famílias precisaram se organizar para dar conta, muitas vezes, dos afazeres domésticos, das atividades profissionais em home office ou remotamente, e dos cuidados das crianças. Nem todas as famílias dispõem de ajuda para tantas tarefas”, comenta a coordenadora.
Segundo a pesquisadora do INISA, todas essas atividades juntas exigem maior esforço e divide a atenção, especialmente a dos cuidadores. “As crianças, por permanecerem em casa e, por vezes entediadas, acabam por explorar mais o ambiente doméstico o que as expõem a riscos”, fala.
Resultados preliminares
Analisando os prontuários nos três hospitais, a equipe de pesquisadoras contabilizou 85 pacientes, entre janeiro e outubro de 2019, internados devido a acidentes domésticos. No mesmo período, em 2020, o número subiu para 146. “As principais situações registradas são: queimaduras, lesão nos olhos, cortes, fraturas e traumas em geral, que ajudaram a aumentar em 75% as buscas por atendimentos em um hospital de grande porte”, aponta Maria Angélica.
Até o momento, é possível dizer que a maior parte das ocorrências aconteceram em comunidades carentes e vulneráveis. “O isolamento domiciliar de longo prazo, devido às medidas adotadas para evitar a propagação do surto da Covid-19, apresentou o potencial de aumento do risco de acidentes domésticos em crianças, como um dano colateral adicional da pandemia”, destaca a coordenadora.
Em relação à análise do material divulgado pelas mídias, o grupo verificou que houve uma preocupação maior com os riscos da transmissão do novo coronavírus do que com os riscos domiciliares e com a saúde física e mental das crianças no referido período.
“As mídias, vídeos, notas, material educativo disponibilizados on-line (muitas notícias falsas) são insuficientes para garantir a segurança e a prevenção de acidentes de crianças e adolescentes. Nem sempre as famílias recebem orientações de como prevenir acidentes e proporcionar um ambiente seguro em casa”, comenta a professora. A análise das reportagens, inclusive, gerou um artigo científico publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras e que pode ser conferido aqui.
O estudo também gerou outros resultados como trabalhos de conclusão de curso e apresentação em evento científico nacional (veja aqui). Além disso, os resultados parciais têm sido apresentados à comunidade, focando à prevenção de acidentes na infância e, segundo Maria Angélica, as ações são realizadas tanto na UFMS como em centros de educação infantil. O projeto também está vinculado ao Laboratório de Estudos e Pesquisas em Intervenção Familiar (Lepif).
(Com informações da UFMS)
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