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Polícia

Polícia acredita que gêmeos foram vítimas de “acerto de contas”

Caso é investigado como execução e ainda não há pistas sobre suspeitos

Sexta-feira, 02 Outubro de 2020 - 16:08 | Redação


Polícia acredita que gêmeos foram vítimas de “acerto de contas”
Irmãos foram mortos com 13 tiros (Reprodução/Facebook)

A 3ª DP (Delegacia de Polícia) de Campo Grande está investigando a morte dos gêmeos Alexandre e Rafael Muller Passos, de 31 anos, assassinados com 13 tiros na noite de sexta-feira (25), no Residencial Mata do Jacinto, em Campo Grande. Por enquanto, as investigações apontam para uma execução por acerto de contas, mas a motivação ainda é uma incógnita para polícia e familiares.

O delegado Ricardo Meirelles contou ao Diário Digital que os irmãos que eram de Manaus, no Amazonas, não tinham passagens pela polícia e ainda não há indícios de que eles estavam sendo ameaçados. Porém, os investigadores estão refazendo os últimos passos das vítimas em busca de pistas.

“Estamos refazendo os últimos passos desde a chegada de um dos irmãos a Campo Grande e do outro que já residia na Capital. Vendo se tem alguma relação anterior com histórico deles de vida aqui que possa ter motivado essa tragédia”, disse Meirelles.

A polícia está com o exame pericial da cena do crime e aguarda os laudos necroscópicos das vítimas.  Para o delegado, a maneira como o duplo homicídio foi cometido leva a crer que se trata de execução planejada.

“Claramente foi planejado e já tinha por objetivo de ceifar a vida das vítimas, não se trata de um roubo, muito menos furto. Vemos pelas imagens e informações que temos que esses autores chegaram armados com pistola de alto poder de fogo e tinham como destino certo aquela casa. Efetuaram os disparos, conferiram se as vítimas estavam mortas e depois fugiram. Uma ação orquestrada”.

Os pais dos gêmeos vieram de Manaus para o sepultamento que foi realizado em Campo Grande por conta do custo do translado dos corpos. Na terça-feira (29), o pai que terá a identidade preservada pela reportagem, disse que permanecia na Capital para saber o que motivou a execução dos filhos. “Viemos com intuito de descobrir a verdade e saber o motivo. Não que justifique, mas alguma coisa houve e queremos saber o que é. Sai de Manaus para vim até aqui para saber a verdade e por justiça”, afirmou o pai ao Diário Digital.

Segundo o delegado, os pais e a irmã das vítimas vão ser intimados a prestarem depoimento.

Polícia acredita que gêmeos foram vítimas de “acerto de contas”
Delegado Ricardo Meirelles fala sobre andamento das investigações (Foto: Ana Lívia Tavares)

Os familiares relatam que os irmãos eram “bons meninos, trabalhadores os dois e não tinham envolvimento com drogas”. Uma das linhas de investigação seria um crime passional, por um dos irmãos ter se envolvido com uma mulher comprometida. Mas nada foi confirmado pela polícia.

Rafael tinha acabado de ser pai, o filho nasceu 7 dias antes do assassinato e ele nem conseguiu registrar a criança. Há três anos em Campo Grande, trabalhava como estoquista. 

A irmã dos gêmeos era a única parente deles na Capital. Foi ela quem se mudou primeiro de Manaus, cidade natal da família.

Imagens de câmeras de segurança do local onde os gêmeos moravam registraram o momento em que dois homens em uma moto chegam a quitinete, no Residencial Mata do Jacinto. De capacete, a dupla caminha até o portão da vila de casas e, em menos de um minuto, entra na quitinete dos irmãos e dispara 13 vezes contra eles. Os criminosos fogem, em seguida.

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