Polícia
Homem morto e queimado em praça pública na Bolívia era foragido do presídio de Corumbá
Ele foi reconhecido pela ex-esposa por causa das tatuagens
Quarta-feira, 16 Setembro de 2020 - 11:42 | Redação

O homem que foi morto e depois teve o corpo incendiado em uma praça pública, na comunidade de Las Petas, no município de San Matías, na Bolívia, foi identificado como Milcíades Ramon Merlo Trinidad, de nacionalidade paraguaia, que fugiu em 2019 do Estabelecimento Penal Masculino de Corumbá.
Ele foi reconhecido por uma ex-companheira, que esteve na Delegacia de Polícia Civil de Ladário, na terça-feira, 15 de setembro. Ela confirmou que o homem é Milcíades, o “Paraguaio”, ao reconhecer duas tatuagens. Uma no braço direito com um símbolo tribal e outra com a inicial do nome dela, a letra S, em um dos dedos. A mulher também disse que se separou de Milcíades e que mantém outro relacionamento.
Entrada na Bolívia
“Paraguaio”, que usava a identidade falsa no país vizinho com o nome de Juan Carlos Oliveira, teria comprado um imóvel em San Matías para tentar ocultar atividade criminosa na Bolívia.
Sua entrada em território boliviano aconteceu no início de setembro de 2019, após fugir no dia 30 de agosto daquele ano do presídio de Corumbá, juntamente com o brasileiro, Anilson Ricardo Nerys, que recém tinha sido extraditado da Bolívia para o Estabelecimento Penal da cidade pantaneira.
Ex-esposa foi até a Delegacia de Ladário e reconheceu o corpo como sendo de "Paraguaio", por causa de duas tatuagens. Desde então, "Paraguaio" era procurado pela Justiça do Brasil. Denúncias apontaram que ele esteve algumas vezes em Ladário, mas não foi capturado.
Morando na Bolívia, Milcíades foi acusado de ter matado quatro pessoas, peões de uma fazenda, para roubar maquinários e dinheiro. Os corpos foram achados enterrados em covas, por produtores que preparavam a terra para o plantio, próximo a uma propriedade em que o crime aconteceu.
Desde o início, Paraguaio foi apontado como principal suspeito, já que cúmplices afirmaram às autoridades policiais que ele foi o responsável pela chacina. Cinco pessoas continuam presas no presídio de Palmasola, acusadas de envolvimento nas mortes.
"Paraguaio" foi morto e teve o corpo incendiado em praça pública da comunidade de Las PetasNo último final de semana, tudo indica que parentes das pessoas assassinadas, tenham capturado Melcíades e feito justiça com as próprias mãos.
Ele foi morto a tiros, teve o corpo levado, sem roupas, para uma praça pública, onde foi “exibido" e depois incendiado. Junto ao corpo, antes de ser queimado, estava um documento de identidade brasileira, com o nome de Marcelo da Silva de Oliveira, uma das identidades falsas (do Brasil e do Paraguai) que ele usava, conforme a Polícia Civil informou.
O delegado Luca Venditto Basso, relatou à reportagem que tudo leva à identificação de "Paraguaio" e as investigações seguem. “Há indícios robustos de que o Paraguaio queimado na Bolívia é a mesma pessoa que praticou o homicídio em Ladário e fugiu do presídio de Corumbá. Dessa forma, como o corpo foi queimado em em outro país, vamos estabelecer contato com as autoridades consulares da Bolívia para solicitar documentos, em especial a certidão de óbito, para uma confirmação mais exata, mesmo com o reconhecimento da ex-esposa dele”, explicou o delegado titular de Ladário.

Crime em Ladário
Milcíades foi preso em Ladário, após matar o patrão, Roosevelt Gonçalves Serejo, na época com 69 anos, no dia 30 de julho de 2018. Ele era funcionário da chácara, que ficava na região da Baía Negra, mais conhecida como Codrasa e teria matado o idoso por uma suposta dívida. Deu o nome falso de Luiz Gustavo Merlo, porém, foi descoberto pela polícia.
Uma identidade paraguaia, com o nome de Merlo Alegre Silvestre foi apreendida. O documento tinha uma foto de Milcíades, mas ficou constatado que era falso também, conforme o boletim de ocorrência 1001/2018 registrado em 30 de julho de 2018, como homicídio simples, falsificação de documento público e falsidade ideológica.
Milcíades Trinidad, deu entrada no EPC de Corumbá no dia 10 de agosto de 2018 e 30 de agosto do ano seguinte. Ele tinha 26 anos quando escapou e cumpria pena de 20 anos de cadeia pelo homicídio de Ladário
Lei do silêncio
O diretor da Força Especial de Combate ao Crime (Felcc), Rubén Barrientos, determinou uma investigação para identificar as pessoas que participaram do linchamento e da morte de "Paraguaio".
Por outro lado, os policiais que trabalham no município e que foram e Las Petas após o linchamento, informaram que nesta comunidade, num caso como esse, vale a "lei do silêncio" e que por isso ninguém revelou nada sobre o que aconteceu no dia em que o homem foi morto e teve o corpo incendiado.
(Com informações: Diário Corumbaense)
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