Familiares não querem voltar para casa onde adolescente foi encontrado morto

Oito dias após o corpo José Eduardo Alves Gonçalves Rosa, 15 anos, ser encontrado dentro de um freezer na casa da avó, na Vila Adelina, em Campo Grande, a família do adolescente ainda não sabe a causa da morte. O caso está sendo investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente).

A Polícia Civil preferiu não divulgar detalhes para não comprometer as investigações. Na delegacia que conduz o inquérito a informação é de que apenas apenas que ainda não recebeu o laudo da perícia que aponta a causa da morte da vítima.

A mãe do adolescente prestou depoimento na quarta-feira (13). Além dela, a polícia já ouviu outras testemunhas, como o casal de irmãos mais velhos do adolescente, na tentativa de reconstituir os últimos passos da vítima.

Para os familiares, José Eduardo teria sido vítima de assassinato. Porém, a DEPCA não confirma a tese, por enquanto.

“O que a polícia diz para vocês (imprensa) é o que falam para a gente que é da família. Não sabemos o que aconteceu com ele. É uma agonia viver essa espera, a gente imagina um monte de coisas”, contou um familiar do adolescente à reportagem.

Desde que o caso ganhou repercussão, familiares também têm sofrido com especulações e comentários na internet. “Estão falando um monte de coisas, acusaram pessoas. Por isso, prefiro não me expor”, explicou o familiar sobre não querer divulgar nome ou parentesco.

Os pais de José estavam viajando para o interior junto com a avó e o adolescente dormiu na sexta-feira com o irmão mais velho e um primo na casa dela. Depois, no sábado (9), o menino disse que iria dormir na outra irmã. No entanto, retornou para casa da avó com o primo e dormiu lá.

No domingo (10) de manhã, o primo que é de Dourados deixou a casa da avó para ir embora. Segundo o parente de José Eduardo, a última vez que o adolescente visualizou o What’s App foi no mesmo dia, por volta das 18 horas.

No início da manhã de segunda-feira (11), quando ele faltou ao trabalho que havia combinado de ajudar o irmão, um primo do adolescente foi até a casa da avó. Como viu a janela aberta e José não respondia, o primo pulou o muro e encontrou o adolescente só de cueca, sentado, sem vida, dentro do freezer desligado, depois de notar que escorria um pouco de sangue.

Com o trágico episódio, a avó não retornou mais para a casa. “Nossa avó perdeu o marido dois meses antes de José morrer e nós não estávamos deixando ela sozinha por ser de idade. Agora, ninguém mais quer ir naquela casa que era um lugar de momentos tão felizes e, sem nosso avô e com o que houve com José Eduardo, só lembra tristeza”, lamentou o rapaz.