Ex-marido fez 37ª vítima de feminicídio apesar da medida protetiva

O feminicida Cristian Alexander Cabeza Henriquez, de 44 anos, que esfaqueou 23 vezes a ex-esposa Alliene Nunes Barbosa, de 50 anos era monitorado por tornozeleira eletrônica e descumpriu decisão judicial. A vítima possuía medida protetiva de urgência.

A ex-guarda municipal havia registrado, desde abril, denúncia contra o ex-companheiro que descumpra a ordem judicial, cometendo crimes de ameaça, injúria, estupro na forma tentada, todos em contexto de violência doméstica.

Cristian foi preso em flagrante, em 05 de outubro, por voltar a ameaçar a ex-mulher, porém, foi liberado no dia 14 de novembro, mediante monitoramento por tornozeleira eletrônica.

O investigado, de nacionalidade venezuelana, passará, na próxima quarta-feira, por audiência de custódia.

Segundo informações do registro de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para atender um homicídio e, ao se aproximar do local, a solicitante afirmou que uma criança foi até sua casa, chorando, alegando que seu padrasto havia assassinado sua mãe.

No local do crime, foi necessário arrombar o portão para adentrar a residência. A vítima foi encontrada morta com perfurações no corpo. Após isolamento da área, de acordo com a perícia, foram cerca de 23 facadas. O óbito foi confirmado pelo SAMU e Corpo de Bombeiros.

O filho da vítima, de 9 anos, afirmou que presenciou o assassinato da mãe, apontando o padrasto como autor do feminicídio. Ele conseguiu fugir, após ser trancado em casa, pelo autor, pulando o muro e pedindo ajuda aos vizinhos. A criança foi encaminhada aos cuidados do Conselho Tutelar.

Buscas foram realizadas nas imediações da Polícia Militar e, após captura do autor, no Bairro Vila Industrial, na casa de sua mãe. O feminicída confessou ter matado a ex-companheira e foi conduzido para a delegacia de polícia.

Confira o momento que o feminicída, capturado pela PM entra no camburão da PC, e movimentação da Perícia, registrada por Sidnei Bronka, veja a seguir:

Este é o 37º feminicídio registrado no estado de Mato Grosso do Sul, somente neste ano, número que ultrapassa os anos de 2023, com 30 vítimas, e de 2024, com 35 mulheres mortas, conforme o Monitor da Violência Contra a Mulher.

Colaborou Lilian Rech