Polícia
Ex-dono de lava-jato afirma que não introduziu a mangueira no ânus de Wesner
Thiago Giovanni Sena Willian Enrique Larrea estão sendo julgados nesta quinta-feira (30) pela 1° vez
Quinta-feira, 30 Março de 2023 - 14:35 | Marina Romualdo
O proprietário do antigo S/S lava-jato, Thiago Giovanni Demarco Sena, de 26 anos e, o funcionário, Willian Enrique Larrea, de 36 anos, estão sendo julgados nesta quinta-feira, 30 de Março, pela primeira vez após a morte de Wesner Moreira, com 17 anos de idade, na época. O crime ocorreu no dia 03 de Fevereiro de 2027, no lava-jato que ficava na Avenida Irtelagos, em Campo Grande (MS).
De acordo com a denúncia do Ministério Público, os acusados de matar o adolescente introduziram o compressor de ar no ânus da vítima. No entanto, no júri popular foi constatado que não houve a introdução do objeto. Por conta da pressão do ar, Wesner ficou internado por dias e acabou não resistindo aos ferimentos e veio a óbito.
A primeira testemunha a ser ouvida pelo júri, foi o médico perito do Estado, Marco Araújo de Melo. O profissional conta que foi acionado como legista em 13 de fevereiro de 2017, um dia antes da morte de Wesner. “Me deparei com uma cena triste, um rapaz vomitando sangue. O que fizeram foi fatal, minha função era aliviar o o sofrimento da vítima”.
O menino ficou 11 dias internados antes de vir a óbito, no dia 14 do mesmo mês. No dia da morte, o médico legista conta saber que o adolescente não resistiria. “Eu avisei meu chefe que ele vim a óbito nas próximas horas. Eles causaram uma lesão”, aponta Marco.
Segundo Marco Araújo Melo, o ar injetado na vítima ocasionou a morte. “O ar mata. O ar colocado dentro foi fatal”, pontua. Wesner foi vítima de politrauma, isto é, diversas lesões. “Esse menino sofreu muito. Perdeu partes de órgãos”, afirma.
Durante o julgamento, Thiago se emocionou e chorou. Em sua fala, ele relata que tudo não passou de uma brincadeira. Além disso, informa que não encostou o compressor no ânus da vítima fatal e, que apenas teria abaixado o short de Wesner.
Já Willian, diz que não se lembra se o objeto foi encostado na vítima. Pois, não estava conseguindo enxergar o que Thiago estava fazendo. Os três eram amigos de infância e moravam na mesma região, no bairro Pioneiros.
Por fim, a defesa dos acusados destacam que não estão em busca da absolvição, pois, realmente foi uma brincadeira de mau gosto. Contudo, procuram um meio de diminuir a pena dos envolvidos.
Na época, Thiago nem Willian não chegaram a ser presos pelo crime. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva dos acusados, que foi negada pelo juiz Carlos Alberto Garcete. O julgamento segue para o período de tarde desta terça-feira (30).
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