Polícia
'Estamos vivendo com medo', diz mulher que espera o cumprimento de medida protetiva na Capital
Diarista de 38 anos foi espancada, estuprada e mantida em cárcere privado sob ameaças do namorado no bairro Jardim Noroeste
Terça-feira, 26 Março de 2024 - 14:15 | Marina Romualdo

Após um mês, a diarista de 38 anos, espancada, estuprada e mantida em cárcere privado sob ameaças do namorado de 24 anos, segue ainda sem o cumprimento da medida protetiva, é que protocolada pelo Poder Judiciário. As agressões ocorreram na noite de sábado (24) para domingo (25), em uma casa no bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande.
Em entrevista ao Diário Digital, a vítima de violência relatou que a medida não está valendo por conta que o suspeito ainda não foi localizado. "Infelizmente, ele ainda não foi encontrado, por isso que a medida protetiva ainda não está valendo. Eu e meus filhos que são menores estamos vivendo momentos de crises de ansiedade, pois, estamos na casa aonde aconteceram os fatos".
"Eu precisava continuar minha vida pelo fato de ter que trabalhar. Não tenho condições de me mudar agora, então estamos vivendo com medo e não temos paz de espírito e, isso está nos causando insegurança. Eu saio para trabalhar, mas me preocupo pela vida dos meus filhos. É uma situação muito difícil para nós três que vivemos na residência", finalizou a diarista.
De acordo com ela, o ex-companheiro encaminhou para ela mensagens através do aplicativo de mensagem. Contudo, ela não conseguiu provar que era o agressor, sendo assim, a delegacia não conseguiu agir em relação ao caso.

A reportagem do DD entrou em contato com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e com o Poder Judiciário. No qual, a delegacia informou que o boletim de ocorrência foi registrado e os métodos da investigação estão sendo adotadas. Após a confecção da ocorrência, é feita a solicitação das medidas protetivas, sendo assim, o requerimento é protocolado junto ao E-saj e o juiz tem um prazo de 48 horas para analisar e decidir sobre a concessão ou não das medidas
Já depois essa decisão o oficial de justiça tem que ir até as partes para intimar acerca da decisão. Desta forma, após o protocolo junto ao judiciário, não cabe a DEAM fiscalizar a intimação ou não do cumprimento da intimação da medida protetiva, destacando ainda que o crime de descumprimento só será consumado com essa efetiva intimação que deverá ser feita pelos serventuários do Poder Judiciário em um prazo razoável.
Relembre o caso – A vítima relatou que conheceu o suspeito pela internet e há dois meses teve um relacionamento com ele. "No começo ele era amoroso e eu não desconfiava que ele já tinha 14 passagens pela polícia por vários crimes, inclusive, por estupro de vulnerável e violência doméstica. Tudo começou na sexta-feira (23), quando o pai do meu filho foi à minha casa o buscar e ele ficou com ciúmes. No sábado (24), eu saí para trabalhar e quando cheguei, ele já tinha tomado duas latinhas de cerveja e estava um pouco alterado".
"Por volta das 17h, minha filha foi à minha casa e, em seguida, ele saiu para buscar mais bebida. Depois que ela foi embora, ele veio tirar satisfação sobre a minha motocicleta que estava com uma peça estragada. Eu pedi para ele parar de brigar, mas ele continuou a dizer que 'você não cuida nem das suas coisas, como vai cuidar das minhas?'. Já por volta das 20, ele começou a ficar alterado e partiu para cima de mim. Começou a me bater, colocou o joelho na minha garganta e fez com que eu perdesse à voz, pegou um punhal, me deu um mata leão e foi quando eu consegui quebrar o objeto. Quando eu quebrei a lâmina, ele disse que iria me matar. Ele cortou meu supercílio, me estuprou e durante os abusos cuspia no meu rosto", relembrou a vítima.
Durante as agressões, o suspeito ainda chegou a fazer uma ligação por chamada de vídeo para a mãe dele dizendo que ele iria mata-lá e ainda dizia que ela merecia ser agredida, pois, iria ensinar ela a respeitar homem. "Ele desligou e mesmo assim ele não parava de me bater, mesmo a mãe dele implorando para ele parar. 'Eu vou te deixar cega, você nunca mais vai olhar para outro homem', ele dizia no momento do espancamento". A vítima disse que tentou se defender ao máximo possível para conseguir contar a história dela.
Já durante a madrugada, a vítima explicou para reportagem que foi obrigada a dormir com ele na cama. "Eu tentei levantar algumas vezes, mas ele acordava. Foi quando eu pedi para ir ao banheiro, ele foi junto comigo, mas esqueceu o punhal que caiu no chão no quarto. Quando retornamos para o cômodo, consegui esconder o punhal, pois, estava sentindo que ele ia me matar. Na manhã de domingo (25), eu pedi para ele ir embora e disse que não denunciaria. Ele foi embora levando meu celular, pulei o muro e consegui pedir ajuda da vizinha. Foi quando a minha filha foi para minha casa e me levou para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, em seguida, fui transferida para Santa Casa", contou a vítima de violência doméstica.
De acordo com a mulher, ela descobriu que o suspeito tinha passagens pela polícia após relatar os fatos à delegacia. Ele possui uma extensa ficha criminal pelos crimes de estupro de vulnerável, tráfico de drogas e violência doméstica. Além disso, tem uma filha de apenas 6 anos com a ex-esposa que também era agredida por ele. Após o crime, ele fugiu e até o momento não foi localizado.
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