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Polícia

Acusado de matar Carla não se lembra do crime

Rapaz de 21 anos morava ao lado da casa da jovem e polícia não descarta envolvimento de mais pessoas

Quarta-feira, 15 Julho de 2020 - 12:20 | Yara Borges


Acusado de matar Carla não se lembra do crime
Foto: Luciano Muta

A prisão do acusado aconteceu após patrulhamento da equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar que identificou o local onde o suspeito morava: bem ao lado da casa da vítima. A informação chegou até os PM's por meio de denúncia anônima. As equipes então agiram em conjunto com os policiais da Delegacia de Homicídios que efetuaram a prisão de Marcos André Vilalba Carvalho, de 21 anos.

De acordo com o delegado Carlos Delano, durante coletiva na manhã desta quarta-feira (15), o acusado é um rapaz recluso, que trabalha de servente de pedreiro, sem amigos e pouco relacionamento social. Ainda segundo o delegado da DEH, ele só tem antecedentes criminais por ter plantado um pé de maconha em seu quintal em Bela Vista, onde morava anteriormente, e que faz uso constante de bebidas alcoólicas.

Em depoimento à polícia, Marcos relatou que na noite do crime, dia 30 de junho, estava na casa dele fazendo ingestão de bebida alcoólica e viu Carla Santana, de 25 anos, passando pela rua. Ele alega que teve um "apagão" de memória e no dia seguinte acordou e encontrou o corpo da jovem no chão do quarto. Ele teria arrastado então para debaixo da cama e foi trabalhar, seguindo normalmente com sua rotina diária.

Conforme o depoimento do principal acusado, ele afirmou nunca ter tido envolvimento com a vítima. Apenas relata que em semanas anteriores, estava com roupas de servente e que usa no trabalho quando Carla teria passado por ele e não correspondeu ao seu cumprimento de “bom dia”. Mesmo assim alega que não foi esse o motivo de ter matado e que não se lembrava dos fatos.

O servente afirmou aos policiais ter arrependido. Ressaltou ainda que por mais que não se lembre de ter matado relatou ser evidente seu envolvimento, pois ninguém entrou na casa dele. Mesmo com essa declaração, o delegado não exclui a possibilidade de outros envolvidos e que o caso não está fechado.

A equipe de investigação fez exames periciais na casa do acusado com luminol, um reagente que que detecta presença de sangue mesmo depois do local ter sido limpo. Ainda de acordo com Delano, há indícios visíveis confirma arrastamento de corpo. O delegado aguarda o resultado dos laudos da perícia.

O objeto utilizado para lesionar a vítima foi uma faca encontrada no local de aproximadamente 35 a 40 cm. A roupa da vítima não foi encontrada, apenas vestes masculinas com manchas que podem ser sangue e estão apreendidas. Na primeira vistoria no imóvel que o rapaz aluga, os policiais encontraram lençol sujo de sangue e uma máscara.

Carla Santana, 25 anos, foi sequestrada no dia 30 de junho, em frente sua casa. Ela chegou a gritar e foi ouvida por sua mãe que estava na sala. Seu corpo foi encontrado três dias depois sob a marquise de uma mercearia na mesma rua onde morava. Ela estava nua, com lesões no rosto, um corte profundo na garganta e envolta em cobertor.

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