• Diretor de Redação Ulysses Serra Netto

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Vítima de acidente, sobrevive em esquina movimentada

Quarta-feira, 05 Junho de 2019 - 10:10 | Redação


Agora com 21 anos de idade , em meio ao tumultuado e perigoso vai e vem de veículos de passeio, motos, ônibus e até caminhões  em um dos mais movimentados  cruzamentos de Campo Grande na Rua Treze de Maio com a Avenida Mato Grosso, um jovem que foi vítima de acidente de trânsito aos 15 anos de idade, ganha a vida . O acidente aconteceu quando ele conduzia uma moto e colidiu de frente com uma carreta. Ele reconhece que foi imprudente no trânsito, quando aconteceu o acidente. "Eu não devia estar dirigindo, peguei a moto porque não tinha ninguém para me levar. Eu estava pilotando em auto velocidade também, foi um descuido", explicou. A partir desse momento, a vida de Bruno Veron mudou, com a perda de 50% da bacia e do movimento das duas pernas, ele hoje, é cadeirante e vende amendoins para ajudar na renda mensal da família.

A preparação começa cedo, em plena madrugada. Às 5h da manhã, Bruno sai da região próxima ao Lago do Amor, pega um ônibus e vai ao ponto de trabalho. As vendas ocorrem de segunda-feira ao sábado, até às 12h. De acordo com ele, a produção dos saquinhos de amendoins termina ás 3h30 da manhã, onde ele consegue produzir de 100 a 200 saquinhos por vez, vendendo por R$1,00 e adquirindo em torno de R$500,00 por mês. O ponto anterior era na Rua 14 de Julho, mas com as obras, ele foi obrigado a mudar os pontos de vendas para não perder a clientela.

Além do comércio dos amendoins, ele recebe uma aposentadoria por invalidez, para viver ele e a esposa, 28, que também sofre com problemas na coluna, causados por um acidente no emprego e com um cisto. Além disso, o ambiente de trabalho de Bruno que é a rua, dificulta a locomoção, visto que falta estrutura e qualidade nas calçadas e na rampa de acessibilidade.  Junto com isso, muitos motoristas acabam sendo desrespeitosos, o que já provocou um acidente. “Um motorista falou que eu saísse da frente do carro, porque ele estava socorrendo uma mulher, eu saí, esbarrei na calçada e caí da cadeira. Ainda bem, que outro veículo parou para me socorrer”, desabafou.

O valor do aluguel corresponde a 63,1% do salário que ele recebe da aposentadoria e a venda do amendoim consegue preencher a lacuna, que o aluguel deixa. Segundo Bruno, cada dia de venda corresponde a um objetivo. “Ontem, a missão era arrecadar o dinheiro para comprar mistura. Hoje ,é para pagar o gás”, desabafou.

Com o acidente Veron teve depressão e explicou que o apoio de amigos foi importante para superar a doença. “No começo, eu não queria fazer nada, só ficar no quarto. Mas tive o apoio de amigos, que me levavam para sair e sugeriram que eu vendesse algo para conseguir ter uma renda. Comecei vendendo balas”, comentou. Além disso, ele teve auxílio médico e psicológico no tratamento.

A história chegou até a redação, porque Bruno abordou a equipe e comentou que acompanha o Diário Digital desde o início. “Eu ficava esperando as chamadas do site, no programa Cidade Alerta também”, declarou. Atualmente, ele fica atento ao Facebook e no site do Diário Digital para se informar. A história de Bruno serve para nos mostrar que mesmo com as dificuldades, não se deve desanimar e desistir e é uma honra acompanhar as histórias das pessoas, porque todos fazem parte da história do Diário Digital.

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