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Trânsito provoca até 10 vezes mais sequelas do que mortes, alerta Conselho de Medicina

Impactos de acidentes vão além das fatalidades e exigem políticas eficazes de prevenção e cuidado

Segunda-feira, 29 Setembro de 2025 - 15:07 | Redação


Trânsito provoca até 10 vezes mais sequelas do que mortes, alerta Conselho de Medicina
“Falamos de jovens que deixam de estudar, homens e mulheres impossibilitados de trabalhar, famílias que passam a conviver com dependência e sofrimento prolongado. Esse cenário nos coloca no ranking mundial entre os países com maior número absoluto de vítimas no trânsito, ao lado de nações muito mais populosas, como Índia e China”, afirmou. (Foto: Luciano Muta).

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, destacou recentemente que os dados sobre o trânsito no Brasil são preocupantes. Ao participar do 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, em Salvador, ele apresentou estimativas que apontam mais de 32 mil mortes anuais em acidentes no país, uma média de 92 vítimas por dia. Para cada vida perdida, há pelo menos dez pessoas com sequelas graves ou permanentes.

“Falamos de jovens que deixam de estudar, homens e mulheres impossibilitados de trabalhar, famílias que passam a conviver com dependência e sofrimento prolongado. Esse cenário nos coloca no ranking mundial entre os países com maior número absoluto de vítimas no trânsito, ao lado de nações muito mais populosas, como Índia e China”, afirmou.

Diante dessa realidade, Hiran Gallo defendeu que a medicina do tráfego é uma especialidade que vai além da atuação clínica, pois une prática médica, compromisso e ação social, oferecendo dados, análises e soluções que orientam decisões do Estado e políticas públicas.

Durante o evento, ele destacou ainda os custos provocados por acidentes de trânsito, classificados por ele como “astronômicos”. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o impacto anual chega a R$ 50 bilhões.

“É o resultado da soma de despesas hospitalares e com reabilitação aos gastos da previdência social e aos prejuízos na produtividade”, explicou.

“Esse valor seria suficiente para construir centenas de hospitais de médio porte ou milhares de escolas públicas. Cada acidente grave no trânsito representa não apenas tragédias pessoais e familiares, mas também um prejuízo para a coletividade, ao drenar recursos públicos que poderiam fortalecer áreas essenciais como saúde, educação e segurança”, concluiu.

 

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