Geral
Tarifaço perde força, mas ainda afeta exportações
Setores estratégicos seguem sujeitos à sobretaxa de 40%, apesar da retirada de tarifas para parte dos produtos
Domingo, 23 Novembro de 2025 - 10:35 | Redação

A retirada pelos Estados Unidos da tarifa extra de 40% sobre alguns produtos brasileiros oferece alívio momentâneo, mas não elimina os impactos do tarifaço imposto meses atrás. Economistas ouvidos pelo R7 afirmam estar diante de um ajuste pontual, com efeitos limitados sobre os setores mais afetados.
Segundo o economista Hugo Garbe, o impacto das mudanças ainda é restrito. “A decisão trouxe um alívio momentâneo, mas está longe de resolver a dor de cabeça criada pelas sobretaxas”, afirma.
Ele destaca que café, carne bovina e frutas tropicais permanecem sujeitos à tarifa de 40%, mantendo pressão sobre áreas relevantes da pauta exportadora.
Garbe explica que, apesar da retirada das tarifas para 238 itens, grande parte das exportações brasileiras segue com barreiras adicionais, reduzindo competitividade e abrindo espaço para concorrentes.
O especialista aponta que, sem ações compensatórias, o tarifaço poderia reduzir o PIB em até 0,2 ponto percentual entre 2025 e 2026.
César Bergo, professor de mercado financeiro da UnB, avalia de forma diferente o impacto sobre a atividade econômica. Ele afirma que a estimativa de queda de 0,2 ponto percentual no PIB representava apenas um cenário extremo.
“Esse impacto só iria acontecer na pior das hipóteses. Então, não deve acontecer um impacto no PIB”, afirma.
Fatores internos dos EUA - Bergo concorda que a retirada parcial das sobretaxas não elimina os efeitos do tarifaço, mas entende que a medida reduz pressões específicas e tende a gerar impacto mais limitado sobre a economia como um todo.
Ele observa que setores ainda sujeitos à tarifa de 40% continuarão sob pressão adicional sobre preços, embora os efeitos macroeconômicos devam ser mais distribuídos e menos intensos.
O economista também indica que a revisão das tarifas então adotadas pelos Estados Unidos foi influenciada por fatores internos. Segundo ele, a inflação acumulada nos últimos meses elevou o custo para consumidores americanos, gerando reclamações direcionadas aos congressistas diante da alta de preços.
“Você teve inflação, o café subiu de preço, carne também. Isso acabou gerando, por parte do consumidor americano, uma pressão junto a congressistas, e os congressistas pressionaram a Casa Branca”, afirma.
Bergo avalia ainda que a revisão tarifária tende a ser gradual e alinhada ao debate interno dos Estados Unidos, com menor influência das negociações comerciais com países parceiros.
“Essa agenda está muito ligada ao ambiente político interno americano, e o Brasil acaba sendo impactado conforme esses movimentos avançam”, diz.
Mesmo com a retirada parcial das tarifas, ambos os economistas concordam que o Brasil seguirá enfrentando custos adicionais e perda de competitividade em itens estratégicos, especialmente os de maior peso na pauta exportadora.
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