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Robótica Educacional transforma a aprendizagem nas escolas estaduais
Com laboratórios equipados e metodologias inovadoras, o programa estimula o pensamento criativo e científico dos estudantes
Quinta-feira, 13 Novembro de 2025 - 15:50 | Sandra Salvatierre

A Secretaria de Estado de Educação (SED) tem intensificado seus investimentos na qualidade do ensino e da aprendizagem, adotando estratégias que acompanham as transformações do mundo digital e reconhecem o papel essencial das tecnologias na formação do cidadão sul-mato-grossense.
Entre as iniciativas que marcam essa nova fase, destaca-se o Programa de Robótica Educacional, implantado em diversas escolas da Rede Estadual de Ensino. A ação tem como objetivo estimular o pensamento computacional, a criatividade e a resolução de problemas reais, promovendo uma aprendizagem significativa e colaborativa.
A robótica vai muito além de uma ferramenta pedagógica: ela se tornou um elemento central na vida escolar dos estudantes, aproximando-os do pensamento científico, crítico e criativo, além de fortalecer a cultura digital competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e na BNCC Computação (2022). Por meio dessa prática, os alunos aprendem a programar, criar protótipos e compreender a aplicação prática da tecnologia em diferentes áreas do conhecimento.
As escolas contempladas receberam Laboratórios de Robótica Educacional em formato de kits compostos por maletas com peças de encaixe, conectores, motores, baterias e sensores. Esses materiais permitem a criação de artefatos programáveis, guiados pela intencionalidade pedagógica de cada professor, transformando a sala de aula em um espaço de experimentação e descoberta.
A Professora Coordenadora de Práticas Inovadoras (PCPI), Rita de Cássia Lanza, explica que o projeto teve início em 2022, quando a escola recebeu os kits enviados pelo Estado e participou de uma formação para uso dos materiais.
“Os kits são compostos por controladoras, placas Arduino, sensores de presença, toque e linha, além de livros didáticos. Com eles, os estudantes constroem diferentes tipos de robôs e desenvolvem projetos que envolvem física, matemática e programação”, detalha.
Segundo Rita, a robótica vai muito além da ideia tradicional de robô, pois integra diversas áreas do conhecimento e estimula a criatividade, o raciocínio lógico e o trabalho em equipe.
“Depois da implantação do projeto, observamos melhora no desempenho dos estudantes, especialmente em física, e um entusiasmo maior em aprender”, afirma.
A professora acrescenta que a escola se prepara agora para inaugurar um espaço maker, que ampliará as atividades e sediará o primeiro campeonato interno de robótica, com a participação de jurados da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR).
O projeto também reflete o compromisso da SED com a Política Nacional de Educação Digital, instituída pela Lei Federal nº 14.533/2023, que assegura a inserção da educação digital nos ambientes escolares. A iniciativa dialoga ainda com o Plano Estadual de Educação, especialmente a meta 7, estratégia 7.15, que propõe o fortalecimento de práticas inovadoras e o uso de tecnologias na educação básica.
A estudante Caroline Lopes Alves da Silva, de 16 anos, conta que o interesse pela robótica surgiu de forma inesperada. “No começo, eu só acompanhava um colega nas aulas, mas acabei gostando. A robótica não estimula só o raciocínio, mas também a criatividade. Às vezes, começo a montar as peças e, de repente, surge uma ideia nova”, relata.
Ela explica que a experiência tem contribuído para compreender melhor outras disciplinas, especialmente física e matemática, aplicadas nas atividades práticas do laboratório. “Quando a professora usa a robótica como exemplo nas aulas de física, fica muito mais fácil entender. A gente reconhece na teoria o que vivencia nas montagens”, comenta. Caroline também reflete sobre o impacto da tecnologia no cotidiano e nas profissões do futuro. “Os robôs podem facilitar a vida das pessoas, principalmente de quem tem alguma deficiência. Isso mostra como a robótica pode ser usada para o bem”, afirma.
O estudante Willer Gomes dos Santos, de 17 anos, conta que o interesse pela robótica vem desde a infância.
“Sempre gostei de montar e desmontar coisas, e quando cheguei à escola fui convidado por um colega para participar do projeto. Aceitei na hora, porque era algo que eu já tinha vontade de aprender”, relembra. Ele destaca a importância do trabalho em equipe e da criatividade durante as aulas.
“Gosto principalmente da parte de montar os robôs. Podemos criar os modelos que quisermos usando as peças dos kits. Já construí um robô de limpeza e aprendi bastante sobre motores e montagem com a ajuda dos colegas”, explica. Para Willer, o mais gratificante é ver as ideias ganhando forma.
“É muito legal ver o robô funcionando depois de tanto esforço. A cada aula aprendemos algo novo e percebemos que tudo depende da nossa dedicação”, conclui.
O estudante João Augusto Rossato da Silva, de 16 anos, também ressalta o aprendizado prático proporcionado pela robótica.
“A robótica é uma aula diferente, porque a gente aprende fazendo. Usamos equipamentos, programamos os robôs e trabalhamos em grupo, o que torna tudo mais divertido e desafiador”, conta. Com facilidade na área de programação, João se destacou em projetos como o robô seguidor de linha, que utiliza sensores de cor para identificar o caminho e se mover de forma autônoma.
“Foi o projeto que mais gostei, porque conseguimos aplicar o que aprendemos sobre lógica e tecnologia”, afirma. Mais do que uma ferramenta tecnológica, a Robótica Educacional é uma ponte entre teoria e prática. Ela desperta o protagonismo dos estudantes e estimula o aprendizado por meio da curiosidade, da cooperação e da experimentação.
Com o Programa de Robótica Educacional, a SED consolida uma educação conectada ao futuro, na qual os estudantes não apenas consomem tecnologia, mas aprendem a criá-la e transformá-la em soluções reais para o mundo ao seu redor.
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