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PC e MP descobrem fraudes e desvios milionários no transporte de pacientes do SUS em Selvíria

Segundo o Dracco, um dos contratos foi firmado com uma empresa fantasma: no local informado como sede, os agentes encontraram apenas uma obra em andamento

Quarta-feira, 10 Setembro de 2025 - 08:20 | Luiza Ferraz


PC e MP descobrem fraudes e desvios milionários no transporte de pacientes do SUS em Selvíria
PC e MP MS descobrem fraudes e desvios milionários no transporte de pacientes do SUS em Selvíria (Foto: Divulgação DRACCO)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, deflagraram em conjunto desta quarta-feira, (10), a 2ª fase da Operação Vaga Zero. Visando o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão, em investigação que apura crimes de organização criminosa, peculato-desvio e contratação direta ilegal envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Selvíria - MS.

As ordens judiciais, expedidas pelo Poder Judiciário, foram cumpridas na sede da Secretaria Municipal de Saúde, no Centro de Especialidades Médicas (CEM) e em residências de servidores públicos e particulares investigados.

As diligências têm por objetivo coletar provas relativas a contratos administrativos firmados a partir de 2022, por inexigibilidade de licitação, para a prestação de serviços médicos de sobreaviso e transporte intermunicipal de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em situações de urgência e emergência. 

Conforme elementos já levantados, há indícios de superfaturamento de valores e de pagamento por serviços não prestados, com fixação de quantitativos de transferências muito acima da realidade local. A apuração identificou dois contratos consecutivos, ambos no valor aproximado de R$ 1,45 milhões cada, com objetos semelhantes e cláusulas que, segundo os levantamentos, apresentam sobrepreço e fragilidade na execução.

Um dos contratos foi firmado com uma empresa que, segundo diligência em campo realizada pelo Dracco, sequer funcionaria de fato: no endereço informado como sede, há apenas uma construção em andamento, sem qualquer atividade empresarial compatível com o serviço contratado.

A investigação apura, também, a possível utilização de empresas de fachada e vínculos ocultos entre gestores públicos e prestadores de serviço.  Entre os alvos estão servidores que ocupavam - à época dos fatos - cargos de direção e fiscalização na área de saúde, e foram afastados em recente Operação Deflagrada pela Polícia Federal, além de médicos vinculados ao Município.

A operação integra um conjunto de medidas cautelares destinadas a estancar eventuais danos ao erário e assegurar a continuidade da apuração, que permanece sob sigilo para preservação das provas e da efetividade das diligências.

A operação foi desencadeada pelo Dracco e pelo MP de Três Lagoas - MS cobrando com apoio da DRP de Três Lagoas através das equipes do SIG. A Polícia Civil e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul reafirmam seu compromisso com o combate à corrupção, atuando de forma integrada com os demais órgãos de controle e fiscalização.

 

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