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Mostra explora belo e grotesco na Galeria de Artes Visuais da UFMS

Exposição Ecos da Estranheza, na Galeria de Artes Visuais, pode ser vista de segunda a sexta-feira

Sábado, 10 Maio de 2025 - 14:50 | Redação


Mostra explora belo e grotesco na Galeria de Artes Visuais da UFMS
(Foto: Divulgação)

Até 28 de Maio, a comunidade universitária pode conferir a exposição Ecos da Estranheza, na Galeria de Artes Visuais, localizada no piso térreo do bloco 8, na Cidade Universitária. A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 16h30.

“Para este ano, temos programadas sete mostras. Quatro delas, incluindo a primeira e essa segunda, são fruto de dois editais que lançamos anualmente, um aberto para a inscrição de artistas do Brasil inteiro que desejem expor na Galeria de Artes Visuais e outro interno, para proposições de professores do curso. Além disso, a última exposição do ano sempre é uma coletiva dos formandos em Artes Visuais”, explica a professora da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc) e uma das integrantes da comissão da Galeria de Artes Visuais, Priscilla Pessoa.

Essa segunda mostra é intitulada Ecos da Estranheza e traz trabalhos do coletivo Breu, formado por egressos do curso de Artes Visuais da UFMS. “Coletivos artísticos são grupos de pessoas que encontram entre si afinidades (na produção em arte e na amizade) e se unem para conceber e realizar projetos, compartilhando uma visão artística convergente e colaborativa; ainda que muitas vezes trabalhem em diferentes linguagens e tenham pesquisas diversas, buscam sempre alguma forma de unidade conceitual e/ou formal e, em contraponto à tradicional individualidade do artista, procuram resgatar a importância da coletividade. É dentro desse espírito que surge o Breu Coletivo, grupo campo-grandense composto por cinco artistas – beare, Mär Cozta, Maya Severino, VDB e Thais Soares, todos egressos dos cursos de Artes Visuais da UFMS”, conta Priscilla.

A exposição apresenta um conjunto de desenhos, pinturas, fotografias, imagens digitais, livros e instalações que fazem uma referência à noção artística de grotesco. “Com uma trajetória de sentido que inicia-se na Roma antiga e transformou-se através do tempo, o termo é um adjetivo normatizado em 1694 no Dicionário da Academia Francesa e passa a designar o que é bizarro, fantástico, extravagante, muitas vezes associado também ao absurdo e ao antinatural”, explica Priscilla. “A mostra Ecos da Estranheza foi selecionada através de edital da Galeria de Artes Visuais lançado no ano passado. A seleção se deu tanto pela qualidade conceitual e técnica dos trabalhos inscritos, como também pelo reconhecimento da necessidade de abrir portas para novos artistas locais, como é o caso do Coletivo Breu, formado por alunos e ex-alunos do próprio curso”, reforça a professora.

Mostra explora belo e grotesco na Galeria de Artes Visuais da UFMS
(Foto: Divulgação)

Uma das integrantes do Breu, beare explica sobre como foi o processo de escolha das obras que compõem a mostra. “Cada um desenvolveu a obra sem saber que um dia estariam na exposição coletiva. Mas, justamente quando percebemos seus ecos, os vínculos poéticos, que entendemos e desenvolvemos uma proposta de exposição. Não escolhemos as obras à toa, houve cuidado em olhar nossas produções e escutar o que elas comunicavam entre si. Queríamos construir uma narrativa de união, de estranhamento e beleza com nosso terror”, diz.

Segundo a artista, o coletivo existe há um ano, mas a conexão entre os artistas surgiu bem antes. “Desde quando éramos estudante em Artes Visuais. Foi ali no bloco 8, entre aulas, grupos de estudos e eventos promovidos que nos conhecemos, primeiro como colegas, depois como amigos e, enfim, como artistas. Curiosamente, não éramos da mesma turma. Mas justamente na diversidade de cada um que nos encontramos, unidos pelo desenho, inquietações semelhantes e pela vontade compartilhada de tornar visível o que nos atravessa, por isso formamos o Breu. Somos seis artistas atualmente, que bebemos do belo e do grotesco, encontramos no estranho um abrigo e uma forma de pertencer. Cada um do seu jeito, com seu gesto, sua poética, mas sempre em diálogo juntos. Trabalhamos juntos, pensamos juntos, sem apagar a subjetividade de ninguém”, acrescenta.

“Queremos, com esta exposição, mostrar quem somos e celebrar nosso afeto pela arte como forma de existir e resistir. Desejamos tocar o público com essa mistura de repulsa e encantamento e que se sintam provocados e acolhidos. Nas obras, há corpos que se distorcem, insetos envenenados, criaturas de sonhos e pesadelos, lendas que ardem em fogo e imagens que mergulham na mente humana. Tudo isso envolto de uma beleza única, repleta de texturas, cores e matérias que permeiam entre o fascinante e perturbador”, fala a artista. “Somos um coletivo, múltiplo, que cria junto e vibra junto. Nossos trabalhos são extensões do que somos e queremos que o público descubra, por si, o que ressoa, o que inquieta ou encanta em cada pedaço do Breu”, finaliza beare.

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