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Iniciativa divulga astronomia cultural a partir da formação de constelações

Projeto é realizado na Casa de Ciência e Cultura de Campo Grande

Segunda-feira, 03 Junho de 2024 - 11:57 | Pedro Henrique Fursts


 Iniciativa divulga astronomia cultural a partir da formação de constelações
(Foto: Divulgação)

Constelações no céu podem formar, com um pouco de criatividade, figuras de animais, pessoas ou objetos. Porém, além das constelações conhecidas como as Cruzeiro do Sul, Andrômeda ou Órion, o céu e suas figuras são interpretados de maneiras distintas de acordo com a cultura de quem o observa. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio de um projeto de extensão, possibilita a população, visualizar de maneira cultural as constelações.

O projeto "As constelações na astronomia cultural", realizado na Casa de Ciência e Cultura de Campo Grande, divulga as possibilidades culturais de se compreender o céu, em especial dos povos indígenas, e como isso influenciava suas culturas e mitologias. “Normalmente pensamos na astronomia greco-romana e europeia como se fosse a única maneira possível de olhar o céu. O objetivo central do projeto é mostrar para o público que existem diferentes maneiras de se ler o céu através de constelações. A gente procurou na literatura a descrição das constelações em outras culturas, além da grega, e o nosso foco principal é a cultura indígena”, explica Isabela Porto, coordenadora da Casa da Ciência.

 Iniciativa divulga astronomia cultural a partir da formação de constelações
(Foto: Divulgação)

Para facilitar as visualizações das constelações, a equipe idealizadora do projeto elaborou painéis texturizados. Além da experiência visual, o relevo permite a sensação tátil e a interação de pessoas com deficiência ou limitação visual. Segundo Isabela, os painéis oferecem uma oportunidade de comparar as diferentes interpretações culturais do céu. “É um trabalho de divulgação científica, com vistas a esse cunho mais educativo. Por isso, os painéis representam as constelações ligando as estrelas da maneira como um povo ou outro vê, como a cultura hegemônica e a indígena entendem a mesma região do céu”, destaca.

O material é utilizado em apresentações durante os eventos do Clube de Astronomia Carl Sagan, um dos projetos da Casa de Ciência e Cultura, ou em visitas das escolas. Os painéis são elaborados com materiais simples e de baixo custo, como isopor, papel, tinta e alfinetes, já que um dos objetivos do projeto é que professores da Educação Básica consigam replicar o material.

“Os painéis foram feitos pensando em auxiliar os professores a ensinar a história e cultura das diversas civilizações, de modo que facilite o aprendizado e permita melhorar a percepção de que esses conhecimentos ancestrais foram marcantes para esses povos”, explica Henrique Amaral Arcuri,  estudante do Curso de Física e integrante do projeto. Para Henrique, o desenvolvimento do projeto também permitiu expandir seus próprios horizontes. “O trabalho me ajudou a compreender diferentes formas de enxergar o universo. Entender a astronomia é importante para entendermos como o universo funciona, para entendermos o nosso mundo. Também tem um papel de ampliar os horizontes e a percepção sobre o mundo em que vivemos. Ela nos permite refletir sobre a nossa presença e o nosso lugar na história do universo, tanto no tempo como no espaço”, relata. 
 

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